Secretário municipal da Saúde foi o entrevistado desta terça-feira do programa PNotícias, da Piatã FM
Denúncias a respeito de atraso no pagamento do salário de funcionários das instituições da Rede Municipal de Saúde de Salvador já são recorrentes ao PNotícias. Durante o programa jornalístico da rádio Piatã FM, na manhã desta quarta-feira (10), o secretário municipal da Saúde Leo Prates detalhou como funciona o acordo da Prefeitura de Salvador com as Organizações Sociais (OS) e hospitais públicos que prestam serviço ao município, entre elas o Hospital Salvador e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH), que são alvos constantes de reclamações por parte dos seus funcionários.
Ainda na manhã desta quarta-feira ouvintes do PNotícias enviaram ao programa relatos acerca do atraso no pagamento do salário de funcionários do Hospital Manoel Vitorino, em Salvador, cuja gestão pertence ao IBDAH. O Hospital Salvador, localizado no bairro da Federação, também foi alvo de denúncias relacionadas ao mesmo problema.
Em entrevista ao apresentador Jorge Araújo, Leo Prates afirmou que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) não tem responsabilidade de arcar com o pagamento do salário dos funcionários dessas instituições, uma vez que, de acordo com ele, a Prefeitura de Salvador paga diretamente pelo serviço prestado nessas unidades.
Prates explicou que tanto nas instituições administradas por Organizações Sociais, como o IBDAH, quanto nos hospitais públicos que prestam serviço à SMS, a prefeitura arca com os gastos do atendimento prestado à população.
“A culpa não é do Poder Público, é da instituição que tem um péssimo serviço de administração. Há vários debates sobre isso, o primeiro é um emergencial, pra trazer outra instituição, mas eu realmente não gosto desse modelo de Organização Social (OS), isso você pode fazer para retirar de uma unidade de saúde. A gente inclusive já fez em uma instituição que não estava colaborando com a população, nós fizemos uma ação emergencial pra retirá-la e fizemos uma espécie de mini-licitação pra que viesse outra. Isso pode ser feito se o contrato for de execução direta com a prefeitura”, explicou Prates.
“Se o contrato for como o do Hospital Salvador, é algo mais complexo, porque Salvador não pode prescindir, por exemplo, de 20 leitos de UTI que nós temos lá no Hospital Salvador”, reiterou o secretário.
Ainda de acordo com Leo Prates, o Ministério Publico da Bahia (MP-BA) já está ciente das denúncias feitas pelos funcionários do Hospital Salvador a respeito de assuntos relacionados à administração da unidade e medidas serão tomadas em breve.
“Nós estamos discutindo com o Ministério Público (MP) a situação do Hospital Salvador, mas tenham certeza de que medidas serão tomadas. Nós estamos discutindo com a promotora Rita Tourinho, eu mesmo já conversei um pouco com ela e o meu desejo é tomar uma ação conjunta com o MP já que nós não pudemos abrir mão dos leitos de UTI, mas é um leito que está contratualizado ao SUS. Nós iremos tomar as medidas cabíveis em relação à prestação de serviço do Hospital Salvador, até porque esses trabalhadores procuraram o MP, nós temos todas as informações como determina a lei, como nós fazemos questão”, garantiu.
Questionado sobre as recorrentes denúncias envolvendo o IBDAH, que é responsável pela gestão de diversos hospitais e unidades de Pronto Atendimento (PA) em Salvador, o secretário municipal da Saúde informou: “Em relação ao IBDAH, o IBDAH administra o PA de São Marcos e eu quero lembrar que o problema do IBDAH foi pontual no Hospital de Juazeiro. Aqui, no PA de São Marcos, nós fiscalizamos com rigor a prestação de serviço”, disse.
“Esse contrato é anterior à minha entrada da secretaria, porém até o presente momento, a gente tem uma comissão fiscalizando o contrato e eu não tenho queixas em relação ao contrato do IBDAH com a Secretaria Municipal da Saúde”, concluiu Prates.