Apesar dos resultados, os estudos foram contestados por especialistas de avaliação
Sete em cada dez universidades federais brasileiras têm desempenho nas faixas 4 e 5 no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Os números equivalem a 68% de todas as instituições. Essas são as mais altas taxas de desempenho. As informações são do jornal o Globo.
O IGC é um indicador de qualidade mensurado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão que faz parte do Ministério da Educação (MEC).
Cada universidade é avaliada com nota de 1 a 5. Ela é baseada em dois critérios: a nota que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) atribui à cada curso de pós-graduação da instituição e a média de cada curso do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que também é mensurado pelo Inep.
De acordo com a publicação, as 13 federais que conquistaram a nota máxima(5) no IGC são as universidades de São Carlos, Viçosa, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Lavras, além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Fundação de Ciências da Saúde de Porto Alegre e a do ABC.
Entre as universidades privadas com fins lucrativos, 18% estão nesses níveis, enquanto as sem fins lucrativos tiveram 24% das instituições com esse desempenho.
Considerando apenas a nota dos cursos de graduação, essa diferença entre as universidades federais e as privadas cai, mas as públicas ainda mantêm larga vantagem.
Segundo as notas do CPC, 56,8% dos cursos das universidades federais têm notas 4 e 5. Nesses mesmos patamares, estão 18,4% dos cursos das particulares com fins lucrativas e 33,4% das privadas sem fins lucrativos.
Conaes dicorda
Apesar de ser um medidor oficial de qualidade do MEC, o IGC e o CPC são contestados por especialistas em avaliação.
Ainda segundo O Globo, o Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Conaes) aprovou, em novembro, uma resolução em que recomenda o fim da divulgação dos índices a partir de 2020. Ela também defende que o MEC pare de utilizar internamente o IGC e o CPC até 2022.
Para o lugar deles, criou-se uma comissão que estudará um novo modelo de avaliação. Simon Schwartzman, que faz parte do conselho como representante de notório saber, afirmou que os critérios dos índices não têm “lógica”.
“Esses índices juntam coisas diferentes, sem ter uma lógica clara de por que uma coisa tem um peso e outra tem outro. Esses pesos são arbitrários. Ninguém consegue entender o que o resultado significa”, afirmou o especialista, autor do parecer aprovado pedindo o fim do IGC e do CPC.
A resolução do Conaes, entretanto, só passa a valer se for homologada pelo Ministério da Educação. O MEC e o Inep foram procurados pela publicação, mas não responderam se vão aceitaram a sugestão do Conaes.