Política

Bolsonaro lança partido com forte apelo religioso, mesmo sem a certeza de sua viabilidade

21 de Novembro de 2019 às 19h01 - Por: Redação PNotícias Foto: Folha de São Paulo
[Bolsonaro lança partido com forte apelo religioso, mesmo sem a certeza de sua viabilidade]

Aliança pelo Brasil será comandado pelo clã Bolsonaro

O novo partido do presidente Jair Bolsonaro foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (21), em Brasília. Em volto da incerteza sobre a sua viabilidade política ‘Aliança pelo Brasil’ surge com um forte apelo ao discurso de cunho religioso, à defesa do porte de armas e de repúdio ao socialismo e ao comunismo. 

Apresentado como "um partido conservador e soberanista", contra as "falsas promessas do globalismo" e "comprometido com a autodeterminação" e com as "tradições históricas, morais e culturais da nossa nação brasileira", Aliança pelo Brasil será comandado pelo clã Bolsonaro. Contudo, o partido ainda está em busca de brechas na Justiça Eleitoral para chegar às próximas eleições com recursos dos fundos partidário e eleitoral e com tempo de rádio e TV.

Segundo o Jornal do Brasil, além da presidência, ocupada por Jair Bolsonaro, seu primogênito, senador Flávio Bolsonaro, é o primeiro vice-presidente. Outro filho do chefe do Executivo, Jair Renan é vogal da Aliança. Na comissão executiva provisória foram incluídos os dois advogados eleitorais de Bolsonaro, Admar Gonzaga, que é ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e será secretário-geral, e Karina Kufa, tesoureira. 

Outro vogal da comissão provisória é Tercio Arnaud, que é assessor especial da Presidência e atua no gabinete que cuida das redes sociais de Bolsonaro. Ele é ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

A saída de Bolsonaro do PSL, formalizada esta semana, se deu em meio a um racha no partido pelo qual foi eleito e um embate direto com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). As divergências tiveram início logo no começo do mandato, após a Folha de S.Paulo revelar o escândalo das candidaturas de laranjas do PSL.

Em um discurso de cerca de 35 minutos, Bolsonaro fez referências à disputa com a direção do PSL que culminou com sua saída do partido. "Se eu tivesse feito isso no passado [lançado um partido novo], nós teríamos feito uma bancada de 100 parlamentares [na Câmara] e um senador por estado. [Parlamentares] de um nível que não teríamos a divisão que tivemos depois das eleições. Quando lamentavelmente uns poucos passaram a entender que o partido era eles", declarou o presidente.

Durante ato, os deputados do PSL que se alinharam a Bivar foram chamados em diversos momentos de "traidores". Já Alexandre Frota (SP), deputado que trocou o PSL pelo PSDB após críticas a Bolsonaro, foi chamado pelos presentes de "lixo" e "canalha". Uma das participantes gritou ainda "Delegado Waldir vagabundo", numa referência ao deputado do PSL por Goiás.

Em seu discurso Bolsonaro disse que o governo pode ser criticado, "mas com moderação". "É o Brasil que nós temos. Nós, aos poucos, vamos buscando adequá-lo para aquilo que o povo quer. Nós devemos fidelidade absoluta a vocês, povo brasileiro", declarou.

A sigla defende as bandeiras que pautaram a campanha do presidente ao Palácio do Planalto em 2018 entre elas, o "respeito a Deus e à religião", o "respeito à memória, à identidade e à cultura do povo brasileiro", a "defesa da vida, da legítima defesa e da família". Também fazem parte a defesa da livre iniciativa e do armamento da população, além de críticas ao aborto, à chamada ideologia de gênero nas escolas e ao que definem como "ideologias nefastas" -socialismo, comunismo, nazi-fascismo e globalismo.

"Nenhum progresso será obtido sem a defesa da vida humana desde a concepção", diz o texto.

O documento que vai nortear a atuação da Aliança defende, por exemplo, "o lugar de Deus na história e na alma do povo brasileiro", e diz que a "laicidade do Estado jamais significou ateísmo obrigatório". De acordo com o texto, o partido é "ciente de que o povo brasileiro acredita que Deus é o garantidor do verdadeiro desenvolvimento humano". Lido pela advogada Karina Kufa, o programa do novo partido também faz menções à "providência divina" e prega a educação "nas bases do cristianismo e nas suas variadas vertentes e expressões".

"Jamais a laicidade do Estado significou o ateísmo obrigatório, como ocorre em regimes autoritários que perseguem a religião", acrescentou Karina.

O documento diz que o primeiro "ato oficial" em terras brasileiras foi uma missa e que durante séculos os primeiros ciclos de educação no país ficaram a cargo de ordens religiosas.  "Até agora são as devoções e os cultos populares que em todas as regiões dão vida, forma e cor ao povo brasileiro", afirmou Karina, ao ler o texto. "A relação entre a nação e Cristo é intrínseco, fundamental e inseparável." 

Bolsonaro participou do evento acompanhado pela primeira-dama, Michelle, e de três de seus cinco filhos: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), e senador Flávio Bolsonaro e Jair Renan Bolsonaro, iniciante na vida política. Ao chegar ao local, o presidente foi saudado aos gritos de "mito" e "o capitão chegou". 

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