Ele cita crueldade e diz que tragédia poderia ser maior. Quatro foram mortos
Os motoristas de aplicativos estão assustados e revoltados com a situação de aparente emboscada, que resultou na morte de quatro motoristas da Uber. Um Chacina aconteceu no bairro da Mata Escura na madrugada desta sexta-feira (13). Pontos estratégicos da cidade receberam, na tarde de hoje, condutores de veículos por aplicativo, que se reuniram para protestar pedindo justiça. Um grupo se reuniu com o delegado-geral Bernardino Brito Filho na sede da Polícia Civil para pedir agilidade na investigação, prometida por ele.
Segundo o diretor de comunicação da Associação dos Motoristas Profissionais de Aplicativos da Bahia, Cláudio Roberto Sena o crime abalou a categoria. Os mortos foram identificados como Alison Silva Damascena dos Santos, de 27 anos, Sávio da Silva Dias, 23, Daniel Santos da Silva, 31 e Genivaldo da Silva Félix, 48.
"Dois deles eu conhecia, Alisson e Daniel. Daniel inclusive ficava muito Aeroporto. A gente está chocado com a coisa, sem conseguir entender tamanha crueldade. Acabei de ouvir áudios de um parente de Alisson relatando o que aconteceu depois do crime com o testemunho do sobrevivente, que está sem condição de falar", diz Cláudio em entrevista para o Correio.
Ainda de acordo com informações de do diretor, o crime poderia ser ainda maior. "As informações que chegaram para a gente é de que eles foram atraídos através de chamada de aplicativo. Não tá confirmado qual. Soubemos que foram chamando um a um e o quinto escapou. Aparentemente, o propósito era fazer uma chacina bem maior. Como esse conseguiu escapar e a polícia chegou, o negócio acabou", acredita.
Claudio conta ainda que as duas empresas, Uber e 99, estão dando apoio à investigação. Muitos boatos estão se espalhando nos grupos que reúnem os motoristas em aplicativos de mensagens. "Tem muito disse me disse a respeito do que seria a motivação do crime. Chegou até nós que seria represália do chefe do tráfico em função do bairro não ser atendido por motoristas, que evitam a área justamente por receio da violência", afirma.
No entanto, essa versão não foi confirmada até o momento pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação. Em nota, o departamento diz apenas que segue o trabalho para identificar e prender os criminosos.
A 99 informou que está apurando o caso. Através de nota, a empresa lamentou a situação e diz que se solidariza com as famílias das vítimas. "A plataforma reitera que repudia veemente esse tipo de violência e está disponível para colaborar com as investigações da polícia", afirmou. Apesar do comunicado, a 99 não confirmou se os condutores faziam parte do banco de motoristas do aplicativo.
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