O anúncio foi feito pela televisão, em rede nacional, após as Forças Armadas pedirem sua renúncia
Através da televisão, em rede nacional, o presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo neste domingo (10). O anúncio vem após uma escalada de tensões no país.
“Renuncio a meu cargo de presidente para que (Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não continuem perseguindo dirigentes sociais”, disse Morales, referindo-se a líderes opositores que convocaram protestos contra ele desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro.
Segundo a Veja, Morales informou na madrugada deste domingo (10) que as casas de sua irmã e de dois governadores foram incendiadas durante a onda de protestos que atinge o país. Pouco antes da renúncia, os chefes das Forças Armadas e da Polícia, além da oposição, haviam pedido que o presidente deixasse o cargo para "pacificar" o país.
Evo Morales deixou a capital La Paz e desembarcou em Cochabamba, região que o viu nascer, para se encontrar com líderes cocaleiros. "Me dói muito que nos tenham levado ao enfrentamento. Enviei minha renúncia para a Assembleia Legislativa Plurinacional", afirmou na televisão.
A renúncia acontece após três semanas de protestos contra sua polêmica reeleição e depois de perder o apoio das Forças Armadas e da Polícia. Pouco antes do anúncio de Morales, os chefes das Forças Armadas e da Polícia haviam pedido que ele deixasse o cargo para pacificar o país.
Ao menos três ministros também entregaram seus cargos.