Em entrevista, o ministro também se manifesta sobre criação de juiz de garantias
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski criticou a seletividade da operação Lava Jato em entrevista pra EL País. Em ocasião, Lewandowski também se manifestou sobre a criação de juiz de garantias e afirmou que sempre defendeu para que houvesse a figura do 2° julgador.
Sobre a Lava Jato, Lewandowski não economizou críticas. Ele disse: “A verdade é que as operações foram extremamente seletivas, elas não foram democráticas no sentido de pegar os oligarcas de maneira ampla e abrangente. Por isso é preciso ter muito cuidado quando se quer fragilizar os direitos e garantias do cidadão em juízo, dentro de um contexto politicamente matizado. Eu acho que há valores de que não se pode abrir mão de forma nenhuma. São valores que resultam de lutas milenares dos povos contra a autocracia, a tirania, a opressão. É por isso que eu digo que essa avaliação episódica que certas operações produziram pode se mostrar no futuro próximo — e não digo um futuro distante — realmente uma falácia.”.
Já sobre a presença do juiz de garantias, ele afirmou: “É possível, sem dúvida nenhuma, implantar o juiz de instrução sem maiores despesas. E se tiver alguma despesa, é uma despesa bem-vinda. Tem tantos gastos supérfluos da administração do próprio Poder Judiciário que podem ser canalizados para o juiz de instrução”.