32 militares se juntaram aos seis PMs que já haviam sido afastados
O governador João Doria (PSDB) resolveu afastar mais 32 policiais militares que participaram da ação em um baile funk que resultou na morte de nove pessoas em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Em ocasião anterior, seis policiais militares também envolvidos no ato já teriam sido afastados.
A solicitação foi feita por familiares das vítimas durante reunião no Palácio dos Bandeirantes, na noite desta segunda (9). O governador, por sua vez, determinou ao general João Camilo Campos, secretário da Segurança Pública, que o pedido fosse atendido.
Sobre o pedido, Maria Cristina Quirino, mãe de Denis Henrique, de 16 anos, que foi uma das vítimas do episódio, disse: "O afastamento é uma questão de respeito. Não vamos afastar seis se há 38 envolvidos".
De acordo com parentes das vítimas e sobreviventes, os policiais encurralaram os participantes do baile e depois os agrediram em vielas. Os vídeos que viralizaram após a ação, mostram as cenas de agressão da polícia e a correria no local.
A reunião, que também contou com a presença da Defensoria Pública, Procuradoria do Estado e secretários estaduais, teve como pauta questões como transparência das investigações e assistência às vítimas.
Lia Porto Corona, Procuradora Geral do Estado, disse após reunião: “A reunião foi para escutar as famílias, mostrar a postura do Estado, o que estamos fazendo e pretendemos fazer. A palavra principal da reunião foi respeito, transparência e providências que o Estado deve tomar. As providências agora são de transparência, de respeito ao luto das famílias e de programas que vão atender à necessidade das comunidades”. Célia Parnes, a secretaria estadual de Desenvolvimento Social, descreveu a reunião como um momento de “escuta sensível”,
Os familiares definem a ação como um massacre, onde, segundo eles, foram cometidos erros na operação do começo ao fim. Fernanda dos Santos Garcia, irmã de Denis Franco, de 16 anos, que foi uma das vítimas, disse: "Não há reparo que pague a nossa dor. Eu tenho certeza de que a abordagem dos policiais seria diferente se fosse em outra região da cidade"
Contudo, segundo a Folha, parte da cúpula da PM não aprovou a atitude de afastamento dos policiais envolvidos na ação que eles acreditam que possa ter sido legítima, e que apenas uma investigação da Corregedoria pode afastar essa certeza. Os policiais acreditam que essa decisão possa criminalizar os PMs antes mesmo do final das investigações.