Instituição alega que não existem registros no sistema, informa defesa da estudante
Uma estudante de medicina, que prefere não se identificar por receio de represálias, entrou com um processo contra a Faculdade Zarns Salvador (FTC) após ser impedida de se matricular no 11? semestre na instituição. A faculdade justificou que a aluna não possuía qualquer tipo de cadastro no sistema. A reclamante conseguiu uma liminar, na qual a juíza decidiu a seu favor, mas a instituição estaria se negando a realizar a matrícula, informa.
A defesa da aluna afirmou que ela está sendo acusada pela instituição de ter realizado parte do curso em outra faculdade. "Em 2019, a aluna fez transferência externa de uma faculdade particular de São Paulo para a FTC, onde cursou até o décimo semestre em 2023.2. No entanto, ao tentar fazer a matrícula para o semestre 2024.1, a faculdade alegou que ela se evadiu da faculdade desde o final do semestre 2019.2.", disse.
Ainda conforme seus representantes, a estudante apresentou documentos que provam a realização de avaliações e o cumprimento de estágios práticos pela faculdade.
De acordo com a ação judicial, a estudante foi até a instituição com o objetivo de se matricular no semestre atual, mas foi impedida, diante do argumento de que seus dados não estavam cadastrados no sistema e que a estudante constava como 'evadida', pois havia o registro que ela só havia cursado até o final do semestre de 2019.2.
Na liminar, a juíza Michelline Soares deferiu a tutela de urgência "para determinar que a acionada autorize a realização da matrícula da autora no semestre 2024.1, do curso de Medicina, com o consequente acesso a todo material didático, realização de avaliações e tudo mais necessário para realização do curso, bem como efetue a entrega do histórico acadêmico".
A faculdade teve 48 horas para cumprir a decisão sob pena de “configuração de ato atentatório à dignidade da justiça, sem prejuízo da sua responsabilização por crime de desobediência”. Mas, de acordo com os representantes da estudante, a instituição se nega a cumprir por orientações do setor jurídico.
"O escritório foi na faculdade para efetivar a matrícula e o pessoal não atende. Eles dizem que é um assunto do jurídico e que tem que resolver com eles, se eximindo de falar sobre. E falam que realmente vão pagar a multa que está definida ali, porque é uma multa baixa de até quinhentos reais por dia", diz.
A defesa informou à reportagem do PNotícias que a faculdade tem divulgado “informações inverídicas para os alunos, inclusive solicitando que todos neguem que a aluna estudou na FTC com boatos, inclusive, que se caso a aluna fosse matriculada pela liminar, todos os outros alunos da turma perderiam o direito de colar grau, o que não é uma verdade”.
A assessoria da instituição de ensino foi procurada e, apesar de não deixar claro qual a real situação, alegou, por meio de nota, que a faculdade “está em cumprimento com todas as ordens judicialmente determinadas e o caso citado da aluna está sendo questionado perante aos órgãos competentes”.
Confira a nota:
“A Medicina Zarns Salvador informa que está em cumprimento com todas as ordens judicialmente determinadas e o caso citado da aluna está sendo questionado perante aos órgãos competentes.
A Medicina Zarns reafirma seu compromisso com a veracidade das informações, incluindo um rigoroso processo de comprovação documental de todos os alunos, visando uma formação médica de qualidade”.
Siga o PNotícias no Google Notícias e receba as principais notícias do dia em primeira mão