Artigo do Padre Alfredo Dorea vai ao ar toda quarta-feira no Portal PNotícias
Em roda de conversa com pessoas amigas o assunto desembarcou em abusos sexuais. 90% das pessoas presentes relataram voluntariamente abusos dos quais foram vítimas na infância. As marcas presentes ainda hoje causam nas vítimas quadros de depressão, ansiedade, fobias e sobretudo grande revolta.
Aprofundando a questão nos demos conta que 100% dos abusadores estão vivos. Nenhuma denúncia, nenhum processo, nenhuma
condenação.
Um caso ocorreu no seio da família, envolvendo avô e neto; outro no consultório do capitão dentista; um
outro teve como protagonista líder religioso professor de teologia, outro foi praticado por um treinador de esporte e outro ainda ocorreu na instituição de acolhimento para vítimas de abusos sexuais.
“- A que abusou de mim por muitos anos era vizinha e amiga íntima da minha mãe.” Conta o advogado que hoje tem 50 anos de idade e graves problemas de relacionamento.
Mesmo tendo consciência que crimes conta crianças e adolescentes não prescrevem, a totalidade das vítimas ali presentes não se dispõe a realizar a denúncia, tão necessária para punir os criminosos e prevenir a prática de novos e repetidos crimes do gênero. Abusadores também envelhecem e os cabelos brancos podem ser um elemento a mais para aliciar vítimas.
Sem denúncia a interrupção da prática delituosa fica comprometida, senão impossibilitada de ocorrer.
Nunca é demais a extrema vigilância e cuidado com as crianças, orientando-as, com ae devidas precauções sobre riscos presentes em
espaços familiares, escolares, esportivos, religiosos e profissionais.
Proteger as crianças de abusos é dever de todos e todas. Denunciar abusadores e abusadoras é prática necessária e imperiosa.
* Padre Alfredo Dorea (@padre.alfredo) é um anglicano amante da vida, da solidariedade e da justiça social. Com os movimentos populares, busca superar todo preconceito e discriminação. Gosta de escrever e se comunicar.
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