Até então, linhagem asiática de zika era a única existente no Brasil
Uma nova linhagem do vírus da zika começou a circular no Brasil, de acordo com os pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia. Pela primeira vez no país, os cientistas detectaram, através de uma ferramenta que monitora as sequências genéticas do vírus, um tipo africano dele, com potencial de originar uma nova epidemia.
A pesquisa, que foi publicada no início de junho, no periódico International Journal of Infectious Diseases (IJID), serve como alerta para o Ministério da Saúde para a vigilância da doença no território brasileiro.
Artur Queiroz, um dos líderes do estudo, contou que dois dados apontam que a linhagem circulou no país no ano de 2019. São eles:
- A nova linhagem do vírus da zika foi encontrada em dois Estados distantes entre si: no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro;
- Os hospedeiros que “abrigavam” os vírus eram diferentes: um mosquito “primo” do Aedes aegypt, chamado Aedes albopictus, e uma espécie de macaco.
As duas linhagens conhecidas de zika são: a africana e a asiática, esta última dividida nos subtipos oriental e ocidental. Até 2019, a asiática era a única existente no Brasil.
O estudo indica que o vírus tem potencial para desencadear uma nova epidemia, já que a população não tem anticorpos para essa linhagem.