Vereadora concedeu entrevista ao programa PNotícias, da Piatã FM, na manhã desta segunda-feira (24)
Em meio às constantes denúncias que chegam ao PNotícias acerca do atraso no pagamento do salário de funcionários de unidades de saúde pública em Salvador, o jornalístico da rádio Piatã FM entrevistou, na manhã desta segunda-feira (24), a vereadora Débora Santana (Avante), enfermeira e ex-diretora do Hospital Roberto Santos, que criticou a conduta das empresas contratadas pelo estado para administrar essas unidades. “É difícil, você ter funcionários até de tirar do próprio bolso pra eles irem trabalhar porque não têm nem o transporte”, afirmou a vereadora.
Confira entrevista na íntegra:
Jorge Araújo: a senhora conseguiu salvar o mandato do Avante e desbancou o filho dê Isidório?
Débora Santana: foi uma surpresa. Àqueles que não esperavam, graças a Deus, nós conseguimos. Com muito trabalho e dedicação. Tive 7.586 votos.
Jorge Araújo: a senhora é enfermeira e foi diretora do Hospital Roberto Santos?
Débora Santana: eu sou enfermeira. Fiquei no Hospital Roberto Santos 14 anos. Entrei lá como estagiária de enfermagem, fui crescendo e depois de 10 anos, me tornei diretora, fiquei 4 anos e saí ano passado pra concorrer às eleições.
Jorge Araújo: qual é a experiência que a senhora traz como enfermeira e como diretora do Hospital Roberto Santos?
Débora Santana: trago experiências que já estou até atuando, como vi muitos homens na fila do SUS lá, pra fazer uma sonda, pra tirar uma sonda, por hiperplasia benigna. A gente se preocupa muito com o câncer de próstata, mas o homem sofre mais de hiperplasia benigna e por não ser câncer, a fila é imensa e ficam sem assistência, durante anos com a sonda, sem poder tirar. Então, o meu primeiro projeto quando eu entrei na Câmara de Vereadores foi fazer uma indicação ao prefeito e ao governador que homem também precisa de cuidados, e que precisava de um centro de atenção à saúde do homem, onde ele pudessem ter o acesso à saúde com dignidade. Eu digo depois das minhas palestras que eu faço nos bairros, que o homem não tem mais medo, o homem não tem acesso à saúde.
Jorge Araújo: o Hospital Roberto Santos tem ala de emergência ou as crianças ainda têm que passar pela UPA?
Débora Santana: tem uma triagem que a gente atende mais alta complexidade. A triagem na UPA ainda existe, e a gente tem ambulatório, pediatria, e tem o atendimento de emergência sim. Por conta da reforma da emergência geral, a emergência geral hoje está na pediatria, mas a pediatria está no Hospital Dia, que foi fechado o ano passado por conta da reforma. Mas acredito que essa reforma acabe agora no meado de julho e a gente volte ao normal.
Jorge Araújo: no início a senhora era contra o uso de máscara por toda a população? Se sim, por que?
Débora Santana: não. Não sou contra o uso de máscara. Foi um mal entendido. O que eu quis dizer, foi o que depois do que eu falei, a própria OMS veio e protocolou. No início, as pessoas estavam fazendo máscaras de qualquer tecido. Tecidos finos, tecidos que não tinham nenhuma proteção. Então, o que eu quis alertar, é que não adianta as pessoas usarem máscaras com tecidos sem proteção de barreiras porque vai ser só uma maquiagem, você vai estar tapando o sol com a peneira. E as pessoas não estavam preparadas para usar máscaras, porque elas colocam na mão, colocam no bolso, deixam em qualquer lugar. O que eu estava querendo naquele momento é mais educação, mais informação, e ter feito a máscara com as três camadas que realmente fazem a proteção. Alertei a população no momento e logo depois, a própria OMS veio e fez a pactuação do uso da máscara em três camadas.
Jorge Araújo: nós costumamos receber denúncias de atraso de pagamento de salário por parte de empresas terceirizadas que prestam serviço ao Hospital Roberto Santos. A senhora teve esse problema? A senhora é a favor dessas terceirizadas? É a favor desses contratos com essas empresas?
Débora Santana: eu tive vários [problemas]. Tive que enxugar gelo e apagar incêndios inúmeras vezes. Como eu tenho o dom de contornar as situações e os funcionários confiavam em mim, por várias vezes eles pararam e eu fui lá, pedi um voto de confiança, depois fui e corri atrás da empresa pra fazer os pagamentos. Eu acho isso desnecessário, acho que as empresas terceirizadas precisam sim se moldarem. Se ganharam a licitação, têm que fazer com que se cumpra o que está no contrato. É difícil, não é fácil não, você ter funcionários até de tirar do próprio bolso pra eles irem trabalhar porque não têm nem o transporte.
Jorge Araújo: essas empresas alegam o que?
Débora Santana: eles alegam isso aí e fica aquele jogo, que não repassou ainda, aí a Sesab diz que já repassou e fica nessa confusão. Por isso que algumas a gente atestou e saiu, de tanto acontecer episódio desses. Eu acho que cada hospital deveria ter essa autonomia, inclusive até de mandar um ateste negativo e suspender os serviços dessa empresa independente do tempo de contrato que ela venha a ter.
Jorge Araújo: a gente sabe que o Avante, a nível de estado, é da base aliada do governador Rui Costa. Aqui em Salvador a senhora está com Bruno Reis?
Débora Santana: sim, estou alinhada com o prefeito Bruno Reis pra melhoria da cidade. Eu acho que ele me entende, que o que for pra melhoria de Salvador, eu vou estar trabalhando, e o que não for também, ele vai estar me entendendo. A gente tem um diálogo muito aberto, o prefeito me conhece, conhece o meu pai, a gente sempre conversa e é um diálogo harmonioso.
Jorge Araújo: como é que vai ficar a situação da senhora nas Eleições do ano que vem, pra governador, pra deputado, já que tem que ter esse apoio?
Débora Santana: a gente está costurando, pensando. Acho que o que for melhor pra Bahia, a gente vai estar trabalhando sim. Ainda não estive com meu presidente, que é Isidório, preciso conversar com ele pra poder as coisas serem aliadas pra que não tenha nenhum ruído de informação.