Entrevistas

Félix Mendonça Júnior avalia como "brincadeira" do PT a "fabricação" de major Denice como candidata a prefeita de Salvador

21 de Maio de 2021 às 09h42 - Por: Marcelo Ramos Foto: Divulgação
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Deputado federal foi o entrevistado do PNotícias desta sexta

O Deputado Federal Félix Mendonça Júnior, presidente do PDT-BA, foi o entrevistado do programa PNotícias, da Piatã FM, na manhã desta sexta-feira (21). No bate-papo com os apresentadores Jorge Araújo e Rafael Albuquerque, o parlamentar afirmou que a candidatura de Major Denise em 2018 foi uma “brincadeira” do PT e que ela foi “fabricada” de última hora. Quando questionado se tem medo de traição por parte do ex-prefeito ACM Neto e do Democratas (DEM), Félix Mendonça disse estar tranquilo e que o PDT nunca exigiu nada da sigla.

Confira a entrevista na íntegra:

PNotícias: O PDT da Bahia saiu da base aliada do governador Rui Costa?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Em 2018, o PDT apoiou o governador Rui Costa. E após as eleições, o partido foi convidado para assumir alguns espaços no governo. Recentemente, a secretaria de Agricultura foi retirada porque nós não apoiamos a candidata à prefeitura do governador. Apoiamos Bruno Reis e temos a vice-prefeita. Com isso, o acordo de 2018 foi quebrado. E aí, com certeza nos não apoiamos mais o governo. 

PNotícias: Como é que vai funcionar essa dinâmica a partir de agora? 

Deputado Félix Mendonça Júnior: O governo retirou o PTD e alguns deputados dizem que o governo retirou o partido e não a eles, então eles têm que escolher se são  PTD ou cargo no governo. É opção do deputado. Mas é claro que não dá pra ficar nas duas coisas. Provavelmente, não ficarão no partido.Terão que procurar abrigo em outra sigla. 

PNotícias: Você não tem ficado preocupado com essa debandada? 

Deputado Félix Mendonça Júnior: Nao, a pessoa que está no partido está lá pelo partido. Ser trabalhista, pela educação e não fisiologista pelo cargo. E o partido também fica bem mais leve para as próximas eleições. Nosso partido quase sempre elege um deputado só pela legenda. Temos muita gente querendo se filiar ao PTD em toda Bahia. Fico muito feliz com isso. O partido vem forte para as próximas eleições. 

PNotícias: Então o partido já está aliado com o ex-prefeito ACM Neto para a candidatura a governador? 

Deputado Félix Mendonça Júnior: O ideal era que cada partido tivesse um candidato no primeiro turno. E no segundo turno, apoiar alguém. Temos conversado com Ciro, com o Democratas Nacional. Mas ainda estamos em conversas. Não é porque a gente saiu do governo que automaticamente temos que apoiar ACM Neto. Ainda iremos discutir e debater. 

PNoticias: O que faltou em 2020 para que o PDT ficasse na base do governo Rui Costa e apoiasse a Major Denise?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Primeiro que o governo lançou a Major Denise no final. E o PT tem essa mania, tem que ser o candidato deles, exclusivamente do PT, se não for deles, não serve. Não podem apoiar um candidato da base, é muito raro. E os partidos que quiserem apoiar, apoiam. Nós na época discutimos e nacionalmente achamos por bem apoiar Bruno Reis. O prefeito ACM Neto tinha feito um excelente trabalho e Bruno continua bem, fazendo um grande trabalho. E a nossa vice Ana Paula tem se mostrado uma pessoa excelente. Não faltou nada, Major Denise foi lançada aos 45 minutos e queriam fabricar um nome em cima da hora. E não se fabrica alguém sem conhecimento. Salvador é uma cidade muito grande e não é pra se fazer essa brincadeira. 

PNotícias: Então o senhor acha que a Major Denise foi fabricada?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Quem conhecia a Major Fenise antes dela ser lançada? Praticamente ninguém. Quando a gente diz fabricada na política, não é que ela não tenha qualidade, tinha qualidade. Mas no mundo político não, ela não é conhecida. Ela foi pensada e colocada, quando podiam ter outros nomes de partidos aliados. Eu recebi um convite do próprio governo pra ser candidato, mas seria apenas mais um pra tomar um espaço de voto do prefeito. E eu tinha perdido meu pai por Covid-19. Quero me solidarizar com todos que perderam entes queridos e que as pessoas se resguardem e aguardem a vacina. Fui convidado, mas não dava, tinha perdido meu pai e fiquei muito triste. Faltou muita coisa para apoiar a Major Denise. Não teve uma conversa, não teve nada. 

PNotícias: Na esfera nacional, o senhor acredita que o DEM vá apoiar uma possível candidatura de Ciro Gomes?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Vai depender do próprio desempenho do Ciro. Nós achamos que agora com o João Santana, marqueteiro, ele vai lapidar Ciro. Vai mostrar o Ciro que pensa o Brasil diferente, e não o Ciro que a imprensa mostra, de pavio curto. Ele tem pavio curto, mas vem amadurecendo com o tempo. Seria um grande presidente. Nas eleições passadas, o PT insistiu em Haddad e eu sabia que iria perder. Se tivesse apoiado Ciro Gomes, poderia ter ganho. O PT que elegeu Bolsonaro. Não podem tirar essa responsabilidade. Só para não sair dessa paralização entre PT e Bolsonaro. Vamos ouvir os candidatos, ouvir os debates entre todos os candidatos e ver qual deles está capacitado para governar o Brasil, uma potência mundial. A nossa indústria tem caído muito e precisamos recuperar isso. Tá errado. Precisamos de um presidente que volte a colocar o Brasil no lugar devido. 

PNotícias: O senhor tem alguma mágoa do governador Rui Costa?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Desde janeiro que eu não converso com o governador. Não tenho mágoa, não. Agradeço o governador. Acho que ele fez um bom trabalho, colocamos emendas que proporcionou ajuda a todos os municípios baianos através da secretaria de Agricultura. Não tenho mágoa, só faltou um pouco de conversa. O PDT ficou meio que escravizado por cargo no governo, e nós não queremos isso. Não somos um partido fisiologista. 

PNotícias: Os deputados do PDT que estão na base aliada de Rui Costa vão ficar por cargo?

Deputado Félix Mendonça Júnior: Aí você tem que perguntar pra cada um deles. Claro que deve ter algum que fique pela ideologia, mas o cargo é sempre bom pra reeleição pro deputado. Têm deputados que não falam que precisam de um cargo. Falam do valor que precisam. Dizem que querem 100 mil em cargos, 50 mil em cargos. Hoje, isso virou uma tática geral e eu discordo ideologicamente. Acho que todos os cargos devem ser do governador e ele atender os partidos ideologicamente e não separar as pastas. Viram feudos partidários. 

PNotícias: Deputado, na politica, assim como em todas as esferas, tem muita traição. Recentemente, surgiu na mídia local que ACM Neto estaria articulando pra tirar Ana Paula Matos de uma das principais pastas e substituí-la por Caio Morais. Esse caso não se concretizou e Caio foi pra outro cargo da prefeitura de Bruno Reis. Diante disso, o senhor não tem receio de daqui pra frente azedar essa relação entre Democratas e PDT?

Deputado Félix Mendonça Júnior: O PDT não exigiu nada, nunca tive uma conversa sequer com o presidente do Democratas ou com Bruno Reis sobre espaço para o PDT. Alguns nomes da sigla foram escolhidos, Ana Paula, Léo Prates. Receio nenhum, zero. Não podemos trabalhar com boatos e sim pela realidade. Cada ação tem uma reação 3 se for ouvir boatos, você vai romper com todo mundo.

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