Entrevistas

Tia Eron afirma não sentir mágoa do Republicanos e defende possível candidatura de Roma ao governo: "Um orgulho para a Bahia"

27 de Abril de 2021 às 12h52 - Por: Redação PNotícias Foto: Reprodução // Instagram (@tiaeron)
[Tia Eron afirma não sentir mágoa do Republicanos e defende possível candidatura de Roma ao governo:

Deputada federal concedeu entrevista ao PNotícias, da Piatã FM, na manhã desta terça-feira

Deputada federal pelo partido Republicanos, Tia Eron concedeu entrevista ao programa PNotícias, da Piatã FM, na manhã desta terça-feira (27) e comentou como tem sido o seu retorno à Brasília diante do cargo que ocupa no lugar do agora ministro da Cidadania João Roma, na Câmara Federal. Em conversa com o apresentador Jorge Araújo, a parlamentar disse ainda não sentir mágoa do seu atual partido e defendeu a possível candidatura de Roma ao governo: “Um orgulho para a Bahia”. 

Confira entrevista na íntegra:

Jorge Araújo: como estão as coisas aí em Brasília e como está sendo a sua volta? 
Tia Eron: Brasília está extremamente virtual. Todo o parlamento, todas as proposições, lotações. Já fazíamos isso é agora um tanto mais. As nossas ações são uma demonstração clara do combate à Covid-19.  

Jorge Araújo: a senhora retornou à Brasília ocupando o lugar do agora ministro da Cidadania, João Roma. Qual avaliação a senhora faz da política nesse momento em que nós estamos vivendo?
Tia Eron: sobre o nosso ministro João Roma, em 2016 nós já pensávamos naquela figura que estava ali ao lado do então prefeito ACM Neto e quando ele veio, na época para o partido PRB, nós que estávamos na presidência do partido pensávamos em avançar no sentido de colocar um vice, mas não tivemos êxito naquela época. De qualquer forma, está aí uma prova cabal da visão do partido sobre o nome de João Roma. 

Jorge Araújo: ficou alguma mágoa com o Republicanos da Bahia ou está tudo bem? 
Tia Eron: existem os momentos de calor próprio da política, da dinâmica que a política expressa. É preciso ter mesmo; senão, não vai ser política. Inclusive, os eleitores não entendem e dizem ‘eles fazem que brigam e no mesmo momento já estão de bem’. Não tem mágoa. Não há espaço para mágoa. Eu acredito que esse sentimento não tem futuro no coração. É importante fazer a oração de São Francisco de Assis que dizia ‘compreender mais que ser compreendido’. 

Jorge Araújo: depois de perder a última eleição e assumir como suplente, a senhora já está pensando no ano que vem? Há possibilidades de sair candidata à reeleição? 
Tia Eron: deixa eu esclarecer uma coisa muito importante. Quando a gente ganha, e eu que sou de segmento e faço uma representação desse segmento, quem ganha é esse segmento, quando ganha. Da mesma forma, quando eu perco, não sou eu, a pessoa Tia Eron, Eronildes, quem perde. Quem perde é a representação que deixa de existir. A gente fica reflexivo, a gente aprende, porque a vida faz isso com a gente, mas espaço pra essas questões imaturas não, de modo nenhum. Eu na vida pública há quase 20 anos sempre fiz minha cabeça de que tudo passa.

Jorge Araújo: teve um episódio da senhora com a Damares, onde a senhora passou alguns dias no ministério. Não deu pra ficar? O que aconteceu ali? 
Tia Eron: passamos lá cinco meses. Nós estivemos lá na Secretaria Nacional por um convite. Não tinha muita empatia de conversar com presidente de partido, com bancada, não falava, não tinha diálogo. O convite chegou diretamente para mim e eu tive todo o cuidado de submeter ao meu líder e ele mesmo foi quem deu o aval e eu tive que sair. O momento que nós passamos ali, o Brasil já estava com uma crescente da violência doméstica família e intrafamiliar. Tínhamos recentemente aprovado o crime de feminicídio. Isso na minha cabeça foi uma preocupação muito grande, eu entendia que o governo precisava fazer uma intervenção naquele momento e só essa preocupação que tínhamos. Eu tenho realmente conhecimento da política de promoção da mulher, de garantia do Direito da mulher, de modo que nós começamos a fazer um trabalho bastante intensivo nesse quesito e deixei lá em impressão. Ficou impresso, ninguém pode tirar do lugar. Assinamos um acordo, isso na transversalidade entre Ministério da Saúde e da Mulher, Ministério da Assistência e o Ministério da Justiça que na época, era o então ministro Moro. Essa proposta é uma proposta de aumentar o monitoramento desses agressores com vistas na reeducação e reabilitação desse homem agressor. Homens aprenderam a vida inteira que mulher é uma propriedade, que a mulher é dele e ele faz dela o que quiser, que a mulher é sua propriedade. A gente entende que neste momento de pandemia, mais do que nunca, essa crescente é uma realidade e precisamos de fato continuarmos a fazer intervenção. De que modo? Reeducando os homens, falando com os homens, tratando os homens e isso não é da minha cabeça e nunca foi da minha cabeça, desde a época que estávamos na Secretaria Nacional. Isso é uma previsão legal da Lei 11.340/2006 que é a Lei Maria da Penha, que é uma lei tão perfeita que visa desde a vítima ao agressor. Em tese a gente só trata da vítima, mas precisamos tratar do agressor. Nesse período que nós passamos de cinco meses, nós começamos a falar sobre isso e hoje o Brasil se movimenta nesse sentido. Agora quando à minha saída, você deve perguntar o motivo a quem tinha a caneta para fazer a exoneração. Essa pergunta é pra quem executou a exoneração. 

Jorge Araújo: seu sentimento diz o que? Que ela estava com inveja? 
Tia Eron: na verdade, quando nós começamos a fazer o trabalho, eu precisei olhar o passado das pessoas. Ora, a própria ministra sempre diz como foi a vida dela enquanto menina. O que você aprendeu lá atrás, você traz consigo na fase adulta, ninguém muda isso. Não há de se exigir de uma mulher que foi abusada, uma mulher que não tinha proteção sequer da sua família, que não tinha um equilíbrio, uma instabilidade. Essas marcas você traz com você pro resto da vida. 

Jorge Araújo: está havendo a possibilidade da candidatura de João Roma ao Governo do Estado, apoiado por Bolsonaro, e tem o prefeito ACM Neto que o Republicanos aqui na Bahia é da base aliada. Como vai ficar seu posicionamento com relação a isso?
Tia Eron: tem muita água pra passar debaixo da ponte. Nós acabamos de falar aí que a política tem uma dinâmica. Ela vai, ela volta, ela é cíclica. Vamos ter mais paciência, resiliência, vamos ver o que acontece. 

Jorge Araújo: mas a senhora apoia o ministro João Roma? 
Tia Eron: claro, ele é o orgulho da Bahia, é um orgulho para a Bahia. A gente tem ministros, não somente de outros estados,  no Nordeste, em termos de miserabilidade, liderabilidade, de sofrimento, de fome, você sabe que é muito grande. Eu na minha passagem muito rápida também pela Secretaria da Assistência do município, eu me lembro da dor e sofrimento da nossa Salvador, das pessoas sem emprego, sem endereço. As pessoas sem a dignidade cidadã. Como não ter a satisfação de ter um ministro de assistência da Bahia? Isso é algo quase prioritário pra gente considerar.

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