Deputado estadual fez ainda denúncias graves contra o ex-secretário Maurício Teles Barbosa
O deputado estadual Capitão Alden (PSL) denunciou, durante entrevista ao programa PNotícias, da rádio Piatã FM, um suposto esquema de escutas telefônicas clandestinas que estaria ocorrendo na Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Em conversa com o apresentador Jorge Araújo, na manhã desta terça-feira (2), o oficial da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) afirmou ainda ter sido alvo do monitoramento indevido. Além disso, Alden fez graves denúncias contra o ex-secretário da pasta, Maurício Teles Barbosa.
“Na alta cúpula da Polícia Militar, da Polícia Civil, sabem, podem afirmar, ainda que não de forma oficial, do possível envolvimento do ex-secretário da Segurança Pública com setores do crime organizado, favorecendo inclusive com operações específicas o fortalecimento de determinadas facções. Isso é notório, é público e tem processos, inclusive, dentro do âmbito da Polícia Militar envolvendo oficiais que estariam apoiando o ex-secretário de Segurança Pública. Isso é gravíssimo, o Ministério Público tem que atuar de forma pesada”, afirmou o deputado sobre o ex-secretário da SSP-BA, Maurício Teles Barbosa, exonerado do cargo em dezembro do ano passado.
De acordo com Alden, Maurício também estaria por trás de um suposto esquema de escutas clandestinas na SSP-BA, do qual ele mesmo teria sido vítima: “A mídia parou de discutir, parou de acompanhar os casos relacionados aos grampos e eu, inclusive, fui uma possível vítima, segundo relatos de dentro da polícia que me alertaram que eu estaria sendo monitorado, pra eu tomar cuidado com o que eu falo ao telefone. Eu não tenho nada a temer porque minha vida pública é transparente, não faço nada de errado”, garantiu.
“Mas é gravíssimo, na medida em que um órgão do Poder Executivo, da Segurança Pública, intervém, interfere e monitora linhas e a vida pessoal e profissional de parlamentares de um outro Poder, do Poder Legislativo e pior ainda, do Poder Judiciário, com magistrados, desembargadores, conforme está sendo comprovado aí em investigações preliminares e delações de desembargadores, é gravíssimo. Então um ex-secretário que teve a audácia de fazer o que fez com parlamentares, inclusive do poder judiciário, estar se envolvendo com a criminalidade, é fichinha”, completou.
Em uma afirmação grave, o deputado estadual também chamou a atenção para o que seria uma tentativa do Governo do Estado de interferir em processos envolvendo parlamentares: “Existem algumas denúncias que estão circulando nas redes sociais, denúncias essas escritas com muita propriedade, com informações de quem tem conhecimento de dados diversos e profundos da temática, alertando de diversas estratégias da SSP utilizando seu aparato da polícia pra poder monitorar determinados alvos. Eu sou um desses alvos, assim como muitos parlamentares”, explica.
“Inclusive um deles foi caçado por atuação fortíssima do próprio Governo do Estado, que tinha interesse na caçação dele. Segundo as denúncias que estão sendo apuradas, estariam premeditando essa possibilidade, situações envolvendo o meu nome, até mesmo pra forçar a minha prisão manchando a minha imagem e a minha credibilidade”, continuou.
Apesar dos trâmites judiciais necessários para a determinação de escutas telefônicas, Capitão Alden detalhou como estaria funcionado o esquema de monitoramento clandestino: “Eles têm estratégias das mais absurdas. Normalmente se faz uma escuta telefônica através da autorização de uma ordem judicial e através do devido processo. Só que aí pega um processo envolvendo fulano de tal e no meio do processo, o juiz não vai ficar analisando todos os números telefônicos que estão no processo e não tem como pedir a conta telefônica de cada um. Virá uma série de telefones envolvendo determinado processo”, conta.
“Se eu quero fazer uma escuta telefone envolvendo um nome, eu meto o nome lá, como se fosse um número daquele que está sendo alvo de investigação pra poder monitorar, de forma legal. Isso é um absurdo, mas eram as estratégias que possivelmente a SSP estaria usando para monitorar aqueles que eram considerados inimigos do estado”, concluiu o deputado.