Segundo a mulher, as filhas foram chamadas de “bucha 1 e bucha 2”
Sandra Weydee, mãe de duas gêmeas, de três anos, denunciou um segurança do metrô de Salvador por racismo, após suas filhas terem sido chamadas de “bucha 1 e bucha 2”, no último sábado (25), na Estação Rodoviária do metrô.
Após o ocorriso, Sandra contou, em entrevista ao BNews, que voltava do Shopping da Bahia com as filhas, quando o segurança disparou frases racistas contra as crianças. Ela disse: “Minhas filhas são modelos e estavam usando um black [corte de cabelo] bem original. Geralmente, eu uso creme no cabelo delas, mas, dessa vez, o cabelo estava trançado há alguns dias e o black estava mais seco, mais armado. Quando o segurança olhou, ele gritou: ‘Misericórdia! Bucha 1 e bucha 2!’”.
Sandra ainda contou que, inicialmente, não teve reação. Ela descreveu: “A medida que eu ia caminhando, fui percebendo o que tinha acontecido. Uma delas [das filhas] até me perguntou: ‘Por que ele me chamou de bucha?’, e começou a chorar, querendo esconder o cabelo. Foi aí que decidi voltar para falar com o segurança, mas ele não estava mais lá”.
De acordo com ela, outro segurança presenciou a cena e se desculpou pelo colega, justificando que ele não teve a intenção de ofender.
Ela continuou contando: “Ao chegar na Estação Retiro já tinha uma mulher da CCR me esperando. Ela pediu meu telefone e disse que a coordenação iria entrar em contato comigo, mas ninguém me ligou ainda. Tentei registrar um Boletim de Ocorrência (BO), mas me disseram que eu deveria ir na Delegacia Especializada na Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente (Derca), na quarta-feira (29) pela manhã, por conta da paralisação dos policiais civis”. E questionou: “Alguns amigos me aconselharam que eu deveria deixar para lá, mas não posso ser conivente com isso. Eles vão continuar fazendo isso, achando que é uma brincadeira. A gente grita ‘misericórdia’ quando vê uma desgraça, não é?”
A CCR Metrô Bahia, procurada pela reportagem declarou que repudia atitudes racistas ou discriminatórias" e está apurando o caso. E continuou: “A concessionária ressalta ainda que respeita e valoriza a pluralidade da Bahia e reforça o seu compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial e de gênero”.