Peça fala em revogar apenas os "marcos regressivos da atual legislação trabalhista"
Após descontentamento e pressão de aliados, o novo texto com as diretrizes para o programa de governo do pré-candidato a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), amenizou o trecho em que cita a "revogação da reforma trabalhista". A peça fala em revogar apenas os "marcos regressivos da atual legislação trabalhista".
De acordo com o Uol, o documento foi redigido por representantes dos sete partidos da aliança. O texto servirá de base para o programa de governo, que também receberá propostas de setores populares. Pontos como revogação do teto de gastos, reforma tributária e combate à grilagem foram mantidos, por enquanto. Ainda cabe revisão.
A revogação da reforma tem sido um dos temas mais sensíveis entre as novas propostas do PT. Em seus discursos, Lula já vem falando em criar uma nova legislação trabalhista, mas a palavra "revogação" tem causado desconforto entre aliados, em especial do PSB – partido do pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin, e do Solidariedade.
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A proposta inicial, enviada pelo PT aos outros partidos no início de junho para discussão, indicava que o grupo "defende a revogação da reforma trabalhista feita no governo [Michel] Temer".
Para a campanha de Lula, este texto deixa mais claro o que o ex-presidente já tem repetido a seu público, sugerindo uma legislação discutida pelo governo e por empresas, sindicatos e trabalhadores.
Na área de economia, o texto segue referendando a revogação do teto de gastos e a realização de uma reforma tributária "solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais".
Os posicionamentos contra as privatizações da Petrobras e Eletrobras foram mantidos, mas a parte do texto que citava que a petrolífera seria "colocada de novo a serviço do povo brasileiro e não dos grandes acionistas estrangeiros" foi suprimida.
Ao todo, o novo documento tem 117 diretrizes – 27 a mais do que o documento enviado pelo PT – e serve como esboço das diretrizes. Ele deverá ser chancelado e assinado pelos presidentes dos sete partidos em reunião em São Paulo, antes de ser apresentado à população. Além do PT, compõe a coligação PSB, PSol, Rede, PCdoB, PV e Solidariedade.
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