Declarações foram dadas nesta quinta-feira (19)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a levantar suspeitas, sem fundamentos, sobre a vacina Coronavac, citando o crescimento de casos de Covid-19 na China. Além disso, o sistesma eleitoral brasileiro também foi criticado durante live nas redes sociais na noite desta quinta-feira (19).
"De poucas semanas para cá, estamos vendo a explosão de casos de Covid na China. Não vou fazer juízo de valor: de onde é a Coronavac?", ironizou o presidente. "Se no país onde nasceu a Coronavac o povo está se contaminando agora em larga escala, o que está acontecendo?".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explicou que as vacinas não impedem que uma pessoa contraia Covid-19, porém evitam formas graves da doença, internações e mortes. A Coronavac está entre as vacinas que, de acordo com a organização, atendem aos critérios de segurança e eficácia. Mais de 100 milhões de doses do imunizante, que também tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um órgão federal, foram aplicadas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
A Coronavac foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac e não é a única vacina contra Covid-19 na China. Os imunizantes produzidos pelos laboratórios Sinopharm e Cansino também são usados no país. O Butantan é do estado de São Paulo, que na época em que foi desenvolvido o imunizante era governado por João Dória, atual pré-candidato à presidente pelo PSDB e adversário político de Bolsonaro.
Nas últimas semanas, a China vem enfrentando um pico de contágio e lida com baixos índices de vacinação entre a população idosa. A cidade de Xangai que possui 25 milhões de habitantes, começa a flexibilizar restrições depois de quase dois meses de confinamento. Entre março e abril, o número de casos por milhão no país subiu de 4 para 20, de acordo com o site Our World in Data, que reúne dados do mundo inteiro sobre a pandemia. Nesse mesmo período, o Brasil tinha aproximadamente 60 casos por milhão.
Bolsonaro sugeriu que estaria sendo censurado e que "não se pode" questionar a vacinação contra o Coronavírus e as urnas eletrônicas. "Igual a urna, não pode ser discutido. Discutir isso é um crime, 'ato contra o Estado de direito', é 'golpista'", falou o chefe do executivo.
O presidente voltou a colocar em dúvida, de maneira recorrente, o sistema utilizado nas eleições brasileiras desde o ano 2000 quando foi eleito para vários mandados de deputado federal e, depois, presidente. Apesar de levantar suspeitas frequentemente, Bolsonaro nunca apresentou provas de irregularidades nas urnas e não há registro de fraude eleitoral no Brasil desde que o voto eletrônico foi implantado.
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