Durante este período Queiroz ainda não era foragido, embora estivesse sendo procurado pelo MP
O assessor de Flávio Bolsonaro, antes de ser preso na casa do advogado Frederick Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo, também passou cerca de cinco meses, entre o final de 2018 e o começo de 2019, em outro imóvel que pertence à família do advogado no Guarujá, litoral de SP, de acordo com a reportagem do Jornal da Band, que foi ao ar na noite desta quinta-feira (25).
Wassef preferiu não comentar ao ser questionado sobre essa situação pela reportagem. Moradores também foram ouvidos e contaram que só após alguns meses perceberam que o homem discreto que vivia no apartamento era Queiroz.
"No começo ninguém sabia que era o Queiroz. Porque o o prédio tem muito poucos moradores. A maioria do pessoal que frequenta o prédio é turista. E ele chegou no final do ano (de 2018). No final do ano tem muitos turistas dentro do prédio. E o pessoal do prédio foi perceber que era o Queiroz depois do Carnaval", contou um morador.
Sobre o comportamento de Queiroz, os vizinhos disseram: "Ele só ficava trancado, aí, descia, pedia refeição. Ele andava de boné, de óculos escuro. Saía poucas vezes do apartamento". Eles também comentaram sobre as idas do advogado ao imóvel. "Quando o Queiroz tava lá, o 'Frederico' [Wassef] apareceu algumas vezes lá. Todo mundo viu o "Frederico", contou.
O zelador confirmou que a presença do advogado, mas não deu detalhes ao falar do ex-assessor.
Durante temporada que Queiroz esteve hospedado no local, o ex-assessor não era foragido, embora estivesse sendo procurado pelo Ministério Público, para ser notificado a prestar depoimento no inquérito que apura um esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, no Rio de Janeiro.
Os juristas afirmam que mesmo que Wassef não tenha cometido nenhum crime, violou ética ao ajudar Queiroz a se esconder da Justiça e mentir afirmando não saber do seu paradeiro.