Gestores estaduais avaliam que conduta do presidente não contribui para a evolução da democracia no Brasil
Rui Costa e outros governadores de 19 estados do Brasil elaboraram uma carta em defesa do pacto federativo, criticando declarações do presidente Jair Bolsonaro feitas no último final de semana, com relação a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, na Bahia.
O governador Wilson Witzel (PSC-RJ) teve a iniciativa de se posicionar contra a fala do presidente. O posicionamento foi endossado por João Doria (PSDB-SP) e em seguida, outros governadores chancelaram a proposta.
A carta foi divulgada pelo Fórum dos Governadores e começou a ser gestada no final de semana, após Bolsonaro ter acusado a "PM da Bahia do PT" de uma "provável execução" de Adriano, ex-capitão da PM morto em operação policial no último dia 9. O documento aborda também declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. De acordo com os governadores, o presidente se referiu à reforma, "sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos estados".
Eles avaliam que a conduta não contribui para a evolução da democracia no Brasil. "É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem. Equilibro, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós", dizem os governadores na nota.
"Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e a busca pela prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros", continua a carta.
Os governadores finalizam o documento convidando Bolsonaro a participar de um encontro do fórum em 14 de abril.
Assinam a nota governadores de 20 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Maranhão, Acre, Amapá, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Amazonas.
Não assinaram a carta os governadores Carlos Moisés (PSL-SC), Marcos Rocha (PSL-RO), Antonio Denarium (PSL-RR), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Mauro Carlesse (DEM-TO) e Ratinho Júnior (PSD-PR).