Parlamentar sofreu série de denúncias, entre elas gastos reembolsado pela Câmara de R$ 157 mil em tratamento odontológico
O deputado Marco Feliciano (SP) foi expulso do Podemos por oito votos unânimes, pelo comando da legenda em São Paulo. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (9) e deve ser comunicada pelo presidente estadual da sigla, Mario Covas Neto, na terça-feira (10).
De acordo com o Estadão, o parlamentar poderá recorrer à executiva nacional do partido. No entanto, a expectativa é de que que ele aceite sair da legenda. Feliciano não perde o mandato, a menos que haja uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que não deve acontecer.
Uma série de acusações ao deputado originou a expulsão de Feliciano. Entre elas, estão os gastos de R$ 157 mil referentes a um tratamento odontológico reembolsados pela Câmara. Além do apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro, acusações de assédio sexual no gabinete, recebimento de propina, pagamento a supostos funcionários fantasmas e até comentários sobre o cantor Caetano Veloso.
O deputado foi expulso por “incompatibilidade programática e comportamento incondizente com as diretrizes” do Podemos. A saída do parlamentar corre dentro de uma estratégia do Podemos de se afastar do “bolsonarismo” e se firmar como a sigla da Lava Jato. O partido tem atraído deputados da centro-direita descontentes com o governo e, só no Senado, passou de cinco para dez parlamentares nos últimos meses, a segunda maior bancada.
Dirigentes do Podemos querem desvincular a imagem do partido à de Feliciano. Alguns deputados e senadores, citam as fontes nos bastidores, condicionam a negociação de migração para a legenda à saída do deputado dos quadros do Podemos.
Procurado pela reportagem para comentar a decisão do partido, Marco Feliciano não respondeu. No início do mês, quando perguntado sobre o assunto, o parlamentar afirmou que iria respeitar a decisão da legenda. “Para mim, o que acontecer está bom. Que o eleitor julgue o caso. Um partido expulsa um deputado por apoiar um presidente da República. Aí, não tem mais o que fazer”, afirmou, na ocasião.