Pela proposta, a prefeitura ficará impedida de investir no evento. O arrastão deverá ser custeado exclusivamente pelos realizadores do desfile,
O Vereador Henrique Carballal (PV) se reuniu com o prefeito ACM Neto (DEM) na última sexta-feira (29) e segundo o edil, os dois chegaram a um "acordo de cavalheiros" com relação ao veto ao projeto de Lei Nº 45/16 que visa proibir o tradicional "arrastão" da Quarta-Feira de Cinzas. O encontro aconteceu na Prefeitura de Salvador e foi intermediado pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (SD).
Segundo o BNews apurou, Carballal não irá mais trabalhar para derrubar o veto. Em contrapartida, irá apresentar um novo projeto que trata do financiamento da festa. Pela proposta, a prefeitura ficará impedida de investir no evento. O arrastão deverá ser custeado exclusivamente pelos realizadores do desfile, que acontece tradicionalmente após o Carnaval.
"O prefeito entendeu as minhas motivações e vamos construir uma coisa que seja melhor para a cidade", declarou Carballal. O vereador havia colocado o cargo de vice-líder de governo à disposição após o veto.
ENTENDA O CASO
Em setembro deste ano foi aprovado na Câmara o projeto que pretendia pôr fim aos festejos pós programação oficial do Carnaval, entre as 5h às 23h59, em locais públicos. Henrique Carballal usou a justificativa religiosa do assunto por desrespeitar o início da Quaresma, um dos momentos mais importantes do rito cristão, principalmente o Católico. Quem descumprisse a medida poderia ser multado.
Neto alegou que a Procuradoria-Geral do Município deu parecer jurídico contrário a matéria. Na justificativa, ressaltou que o Estado é "laico" e a "igualdade de todos perante a lei". E alegou que a Prefeitura não realiza a festa. Carballal rebateu e questionou o argumento. "Quem é que paga os trios elétricos que tocam no arrastão?", questiona. Ele também ameaçou entrar com uma ação no Ministério Público da Bahia para avaliar os eventuais "crimes de responsabilidade" pela realização do evento.
Carballal conclamou todos os líderes religiosos para derrubar o veto e dizia contar com o apoio da bancada evangélica da Câmara Municipal. Dos 22 votos necessários, ele afirmava já ter 18. O vereador também rebateu o argumento de que o projeto fere a laicidade do Estado. "Se abriu um precedente perigoso, porque o prefeito está declarando que todos os feriados religiosos (são inconstitucionais)", alfinetou, na ocasião.
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