“Leonardo DiCaprio é um cara legal, né? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia”, ironiza Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusou o ator americano, Leonardo DiCaprio, de doar dinheiro para ‘tacar fogo na Amazônia’, promovendo e financiando indiretamente as queimadas da Amazônia. As declarações foram feitas a apoiadores na manhã desta sexta-feira (29), na saída do Palácio da Alvorada, mas Bolsonaro já havia sugerido a associação do ator ao crime ambiental durante uma live no Facebook na quinta-feira (28).
“O que eles fizeram? O que é mais fácil? Tacar fogo no mato. Tira foto, filma, manda para a ONG, a ONG divulga aquilo, faz uma campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio e então o Leonardo DiCaprio doa US$ 500 mil para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tacando fogo. Ô, DiCaprio, você está colaborando para a queimada na Amazônia, pô. Assim não dá”, alegou o presidente, sem apresentar nenhuma prova para a acusação.
Em agosto desde ano, o ator disse que a fundação da qual é fundador, a Earth Alliance, doaria US$ 5 milhões para colaborar com entidades brasileiras no combate às queimadas na Amazônia. O presidente ironizou suspeitas sobre envolvimento de ONGs em incêndios na região. “Quando eu falei que há suspeita de ONGs o que a imprensa fez comigo?”, disse Bolsonaro.
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que em nenhum momento a investigação federal que vem sendo feita apontou para ONGs ou brigadistas, mas a grileiros e proprietários de terra. A WWF negou que tenha pagado por qualquer imagem e que tenha recebido dinheiro do artista. Mesmo com declaração de Bolsonaro, não há comprovação de que ONGs financiadas pelo ator tenham envolvimento na série de queimadas.
As falas de Bolsonaro fazem referência à operação da Polícia Civil que prendeu na quarta-feira (26) quatro pessoas ligadas a ONGs que desenvolvem atividades em Alter do Chão, em Santarém, no Pará. Eles foram soltos na quinta-feira (28). O principal fato que liga ambientalistas e brigadistas à incêndios, para a polícia, é uma conversa que envolve um diretor de uma ONG. Não existe nenhum elemento apresentado que esteja ligado a testemunhas, perícia ou imagens conclusivas.