Indicadores apontam que o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro reaqueceu o avanço da motosserra
Subiu para 30% a taxa de desmatamento na Amazônia, a comparação é com o s 12 meses anteriores, mas Brasil pontua a marca mais alta desde 2008. Atingindo a marca de 9.762 km², o desmatamento na Amazônia bate taxa mais alta desde 2008.
Percentualmente é o maior salto de um ano para o outro nos 22 anos. Entre agosto de 2017 e julho de 2018 a marca era em 7.536 km². De acordo com técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), se a taxa seguisse a tendência dos últimos anos, teria ficado em torno de 8.278km², no entanto registramos uma marca 1.500km² acima da tendência.
A análise preliminar é do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sistema do Inpe que fornece taxa oficial. Os dados foram divulgados na sede do Inpe, na manhã desta segunda-feira (18), pelos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.
Indicadores vinham apontando avanço do desmatamento a partir do governo de Bolsonaro; que respondia desacreditando no Inpe argumentando que os dados eram mentirosos e que o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, estaria "a serviço de alguma ONG".
Durante uma entrevista ao O Estado de S. Paulo, Galvão afirmou que a atitude do presidente era "pusilânime e covarde", afirmando que os dados do Inpe são confiáveis, transparentes e confirmados por outras instituições em todo o mundo.
A evolução do desmatamento da Amazônia:
- De 2012 para 2013, a alta foi de 28,9%
- De 2013 para 2014, houve queda de 14,9%
- De 2014 para 2015, o desmatamento voltou a subir: 23,8%
- De 2015 para 2016, nova alta, de 27,7%
- De 2016 para 2017, houve um recuo de 11,9%
- De 2017 para 2018, a taxa voltou a crescer: 8,5%
Os focos intensos de queimadas na Amazônia agravaram a crise e chamaram atenção de todo o mundo. Em agosto, o número de focos foi 196% superior ao observado no mesmo mês no ano passado.
Cientistas de várias instituições, inclusive da Nasa, advertiram que o fogo estava relacionado ao desmatamento que tinha acontecido nos meses anteriores. Após a derrubada, a floresta estava sendo queimada para a limpeza do terreno.
A pressão internacional e nacional fez o governo reagir. Forças Armadas foram enviadas a região, em setembro o fogo diminuiu, mas o desmatamento não diminuiu, como continua alertando o Inpe.