Investigadores pediram que o cabo seja afastado da UPP em que trabalhava
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu, em inquérito divulgado nesta segunda-feira (18), que quem atirou e matou a menina Ágatha Feliz, 8 anos, foi um policial militar. Ela foi assassinada dentro de uma kombi quando voltava da escola com a mãe, em 20 de setembro, no Completo do Alemão, zona norte da capital carioca.
O inquérito foi finalizado e o relatório do caso foi encaminhado ao Ministério Público estadual, de acordo com a corporação. Ele se baseou em depoimentos de policiais militares que estavam no local do crime e de outras testemunhas, em perícias e em uma reprodução simulada realizada no início de outubro.
Essa reconstituição deflagrou que houve "erro de execução" por parte do cabo da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da região da Fazendinha. Em nota à imprensa nesta terça (19), a Polícia Civil informou que o agente tentou atingir "dois traficantes que passavam em uma moto", mas o projétil ricocheteou e atingiu Ágatha.
De acordo com o jornal O Globo, no entanto, testemunhas relataram no inquérito que o policial confundiu uma esquadria de janela que o homem sentado na garupa segurava com uma arma. Esses depoimentos indicam que a dupla fugiu de uma blitz dentro da comunidade momentos antes, e que o policial estava sob forte tensão devido à morte de um colega havia três dias.
Os investigadores pediram, em relatório, que o cabo seja afastado da UPP e proibido de ter contato com testemunhas do caso que não sejam policiais militares. Não informou, todavia, o nome do responsável nem em qual crime ele será enquadrado.
A Polícia Militar, que no primeiro momento declarou que os policiais da UPP haviam sido atacados por criminosos de diversos pontos da comunidade, disse que o PM está afastado de suas atividades nas ruas. Também afirmou que "está dando o apoio necessário" à Polícia Civil e, em paralelo, continua apurando o caso internamente através de um Inquérito Policial Militar (IPM), mas não revelou em que fase ele está.