Coronel Humberto Sturaro falou ainda sobre o alto número de homicídios nos últimos dias
O Comandante da Polícia Militar da Bahia, coronel Humberto Sturato durante entrevista, na manhã desta sexta-feira (11), garantiu que não têm policiais parados. Segundo ele, tais informações são fake news. Os policiais que participam do movimento grevista seriam da reserva ou estão com dispensa medica. Além dos que decidem participar da assembleia em seus momentos de folga.
"Nós estamos lidando com duas modalidades de crime, que não estamos acostumados e a sociedade é testemunha. As fake news, devido as informações desse movimento que está acontecendo, e o vandalismo. Para combater a fake news, só tem uma maneira. Através da nossa presença física, para que o cidadão nos veja e saiba que a polícia está nas ruas sim. Além disso, remanejamos nossas guarnições", disse.
O Coronel garante que no estado existem cerca de 12 associações da polícia e que o Deputado estadual Soldado Prisco comanda apenas uma delas, no caso a Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra/Bahia).
"Para poder combater essa violência e vandalismo, aumentamos o nosso efetivo de viaturas, trazendo as tropas especializadas, que trabalham aquarteladas, para um policiamento ostensivo. Trouxemos tropas de regiões mais próximas, porque não podemos transferir essa responsabilidade para o interior, que tem uma tranquilidade muito grande, e dessa forma, pudemos aumentar o nosso patrulhamento nos grandes corredores. Assim o cidadão pode ver o policial e ter essa sensação de segurança garantida", afirmou Sturato.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP), nesta quinta-feira (10) foram registrados 15 homicídios em Salvador e região metropolitana. Na noite de quarta-feira (9) foram 9 homicídios e 3 tentativas de homicídios. O coronel é categórico em afirmar que tais ocorrências se dão ao oportunismo causado pelo remanejamento de tropas.
" Todos homicídios que aconteceram estão relacionados ao tráfico de drogas. Não foi homicídio de pessoas do bem, se assim a gente possa dizer. Mas pessoas que estão envolvidas com o crime. Uma fatalidade, lamentável e triste, ocorreu. Porque o marginal viu ali o momento oportuno e cometeu o crime, só que a vítima estava acompanhada de um policial militar, na reação ela foi atingida", comenta sobre a esposa do policial morta durante tentativa de assalto.
Sobre os supostos envolvimento de policiais militares em grupos que estão praticando ações de vandalismo, o coronel é enfático. “Não podemos, não queremos e não vamos relacionar esses ataques a policial militar. Relacionamos isso a grupos que estão causando vandalismo. Com qual intenção eles estão causando isso? Para inquietar a sociedade. Não é um crime comum, não é um crime do dia a dia. Coincidentemente esses crimes começaram a acontecer logo após a decretação desse movimento. A uma coincidência que está sendo apurada com rigor e as verdades serão esclarecidas”, concluiu.
Sobre o envolvimento de um policial militar em um caso de vandalismo registrado na Suburbana, o coronel disse ser uma situação que promover dor e constrangimento a corporação.
“Uma ocorrência que foi atendida ontem na Suburbana, onde um grupo de elementos encapuzados, estavam tentando praticar atos de vandalismo, paralisando e tomando de assalto, desculpe, mas o termo é esse mesmo, um transporte coletivo. De imediato, as guarnições da Polícia Militar chegaram, confrontaram e foram recebidas a tiro. Tiveram que reprimir a situação e tivemos uma surpresa desagradável, que nos doeu. Porque dói muito na hora que você identifica que aquele elemento, que estava combatendo contra você é um colega de farda.”
No confronto, o policial envolvido no crime foi atingido e se encontra hospitalizado. Questionado sobre o ato de vandalismo ter sido causado por policiais militares, Humberto Sturato nega.
“Um grupo e nesse grupo estava um policial militar, que foi socorrido e conduzido à corregedoria, e vai prestar esclarecimentos para dizer o que foi que o levou a fazer isso. Não foi ouvido ainda, porque todas as vezes que vai ser ouvido ele passa mal. Mas vai chegar o momento que ele vai ser ouvido. Apesar de que é um policial militar que está há dois anos afastado da instituição. Está na ativa, mas na junta médica há dois anos”, encerrou o coronel.