A ação foi apresentada em setembro de 2017 pela PGR ao STF
Nesta quarta-feira (4) a Justiça absolveu, de forma sumária, ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), os ex-ministros Antonio Palocci Filho e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. As ações se referem ao chamado “quadrilhão do PT”.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a decisão foi assinada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal. De acordo com o magistrado, a "denúncia apresentada, em verdade, traduz tentativa de criminalizar a atividade política".
"A inicial acusatória alonga-se na descrição de inúmeros ilícitos penais autônomos sem que revele a existência de estrutura ordenada estável e atuação coordenada dos Denunciados, traços característicos de uma organização criminosa. Numa só palavra, não evidencia a subsistência do vínculo associativo imprescindível à constituição do crime", prossegue o juiz na decisão.
Apresentada em setembro de 2017 pela Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada na época por Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), denunciava que Lula e Dilma tiveram participação num esquema montado para coletar propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016. Os supostos crimes teriam sido cometidos para possibilitar vantagens ilícitas que seriam pagas em contratos da Petrobras, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e do Ministério do Planejamento. A Justiça também recebeu as acusações contra Mantega, Palocci e Vaccari Neto.
O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido em setembro a absolvição sumária dos acusados. A procuradora Marcia Brandão Zollinger alegou, na ocasião, que "não há o pretendido domínio por parte dos denunciados, especialmente os ex-presidentes da República, a respeito dos atos criminosos, que obviamente merecem apuração e responsabilização e são objeto de ações penais autônomas, cometidos no interior das Diretorias da Petrobras e de outras empresas públicas".