Site vem publicando uma série de mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato através do aplicativo de mensagens Telegram
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato, concordou com a avaliação de outros procuradores de que Flávio Bolsonaro (PSL) mantinha um esquema de corrupção em seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. As informações são do site The Intercept Brasil.
De acordo com a publicação, membros do MPF comparam o esquema operado pelo assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, com outros escândalos nos quais deputados estaduais foram acusados de empregar funcionários fantasmas, e recolher parte do salário como contrapartida – prática popularmente conhecida como “rachadinho”.
Em 8 de dezembro de 2018, Dallagnol postou em um de seus grupos no Telegram, composto por procuradores da Lava Jato, o link de uma reportagem do portal UOL sobre um depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz numa conta em nome da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Na ocasião, Dallagnol pedir a opinião dos colegas sobre os desdobramentos do caso.
Neste contexto, segundo o The Intercept Brasil, Dallagnol disse que o atual senador e filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) “certamente” seria implicado no esquema, e também demonstrou preocupação sobre de que forma o episódio influenciaria o trabalho de Moro como ministro da Justiça.
As mensagens revelam que o procurador temia que o ex-juiz não levasse a investigação à frente por pressões políticas ocasionadas pelo presidente. Da mesma maneira, Dallagnol temia que o imbróglio representasse um empecilho para que Moro viesse a ser indicado para uma das vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que serão abertas em 2020 e 2021.
“Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu. Até hoje, não há informações de que Moro tenha tomado qualquer medida para investigar o esquema de funcionários fantasmas que Flávio é acusado de manter, assim como possível ligação com as milícias do Rio de Janeiro.