Investigação agora mira em 23 navios
A foz do Rio São Francisco, em Piaçabuçu, no litoral sul de Alagoas, recebeu a mancha de óleo que vem sujando e contaminando as praias do litoral nordestino. Situada na divisa entre Alagoas e Sergipe, a foz recebeu técnicos ambientais, que detectaram a mancha, nesta quarta-feira (9). A detecção aconteceu no mesmo dia em que o governo de Sergipe descobrir que não poderia instalar boias para tentar impedir que o óleo chegue à área, por não ter os equipamentos disponíveis.
Segundo o ATarde, na terça-feira (8), o governo sergipano declarou que usaria boias absorventes cedidas pela Petrobras. Porém, nesta quarta(9) foi informado pela estatal que não havia equipamentos disponíveis. O diretor-presidente da Administração do Meio Ambiente, Gilvan Dias informou que o estado precisa comprar 200 metros de equipamento, que tem o custo de R$ 90 mil, em uma empresa do Espírito Santo. Gillvan Dias ancionou os Ministérios Públicos Estadual e Federal e a Justiça Federal, pedindo ajuda. "Ficamos de mãos atadas."
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas confirmou que a chegada de petróleo à foz do Rio São Francisco, em Piaçabuçu, poderia ter sido evitada com o uso de barreiras de contenção no mar, mas a eficácia desta medida dependeria de o material estar concentrado.
ORIGEM
As investigações sobre a origem do petróleo, que tiveram início em 2 de setembro, se concentram, na fase atual, em 23 embarcações suspeitas. O trabalho é conduzido pela Marinha e Polícia Federal. O trabalho passa por cruzar rotas mais usadas no transporte de petróleo e a direção que as toneladas de óleo tomaram até chegar às praias do Brasil. O material identificado até agora em amostras tem a "assinatura" do petróleo da Venezuela.
Uma das linhas de investigações, segundo uma fonte, considera o tráfego de "navios fantasmas", embarcações criminosas de piratas que poderiam atuar no contrabando de petróleo. O governo continua a tratar do tema com sigilo.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que a pasta tem atuado para conter os danos e recolher o material que chega às praias. Mais de cem toneladas de borra já foram recolhidas. O trabalho é de difícil execução porque o petróleo não avança sobre a lâmina d'água, mas no fundo do mar, até chegar ao litoral.