Ex-treinador, que foi infectado e se curou do coronavírus, afirmou que “a doença não é grave para atletas de alto nível”
Ex-técnico da dupla BaVi, René Simões defendeu, em entrevista à Equipe dos Galáticos, a volta a imediata do futebol. O ex-treinador, que foi infectado e se curou do coronavírus, afirmou que a doença não é grave para atletas de alto nível.
"No dia 15, eu tive dores de cabeça muito fortes, a garganta foi fechando e uma pontinha só de febre e dores no corpo. Como convivo com algumas pessoas, juntei todas elas e fomos a um hospital. Depois, me separaram delas e eu me isolei, quando voltei para casa, no meu quarto. O resultado veio 11 dias depois. Mas, não precisa ter pânico. É um vírus que precisa de cuidado, mas temos que ter atenção quanto aos números. No ano passado, foram mais de 3 milhões de mortes por fome e não se parou o mundo. Não sou a favor nem contra qualquer tipo de isolamento, mas temos que ter cuidado com essa coisa de parar o mundo. O futebol tinha que voltar no mundo inteiro. desconheço qualquer atleta de futebol que tenha sido infectado e não tenha passado pelo vírus com tranquilidade", disse.
Para o carioca, a temporada 2020 do futebol brasileiro será concluída dentro de campo. "Volta esse ano, sim. Tem que voltar sem torcida e, gradualmente, vão soltando. Tem teste para se fazer com os jogadores, tem termômetro para ver temperatura. É higienizar todos os estádios. Como eu disse, não tem um atleta de alto nível infectado que precisou ser entubado. Eu voltaria com o futebol agora".
René também comentou sobre outros assuntos, entre eles a atuação fase do Bahia. "Tenho acompanhado, sim. Administrações extremamente progressistas, de vanguarda. Vi aquele movimento das bebidas, quando aumentaram os preços dentro da Fonte Nova e o Bahia colocou mais barato do lado de fora. Tem que ser assim mesmo. Tem que pensar no povo. Tenho acompanhado com muita satisfação o que o Bahia tem feito".
Já sobre o Vitória, o ex-técnico lamentou ter sido rebaixado com o clube para a Série C, em 2005. "O Vitória foi um dos maiores aprendizados. Fui campeão com o Coritiba, na Série B de 2007, porque aprendi no Vitória. Fui campeão invicto no baiano com o Vitória. Depois, errei algumas coisas. Achei que o brasileiro era um campeonato de corrida longa e não era, era de corrida curta. Fomos rebaixados e senti muito. Um dia ainda vou reparar isso".
Por fim, Simões justificou sua aposentadoria em 2015. "Depois do Botafogo, em 2015, eu resolvi parar. Concordo que o momento agora é de outros. Acho que ainda sou o treinador mais novo que iniciou e terminou um campeonato brasileiro. Iniciei e terminei com a Portuguesa com 33 anos. Tem que haver a renovação, não dá para ser sempre os mesmos. Claro que não tem que ser com os rótulos que a gente tem visto por aí, mas bons treinadores estão surgindo", concluiu.