Pesquisadores da Uefs divulgaram projeção nesta quarta (1°)
A Bahia deve chegar a 1,1 milhão de pessoas infectadas pelo novo coronavírus em meados de maio, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que divulgara a projeção nesta quarta-feira (1°). O estudo foi formulado pelo professor e coordenador do Grupo PET, da Faculdade de Economia da Uefs, Cleiton Silva, e pela estudante do 9º semestre Yasmin Oliveira.
O levantamento aponta que, dos 14,9 milhões de habitantes que residem na Bahia, aproximadamente 1,1 milhão serão diagnosticados com a doença. O número representa 7,4% da população.
Ao comentar sobre a pesquisa, Silva disse: “O número assusta, eu também fiquei assustado quando concluí os cálculos, mas está em acordo com estudos internacionais. As projeções podem mudar dependendo das medidas que forem adotadas pelas autoridades nos próximos dias e do comportamento do vírus em nossa sociedade, mas, no cenário atual, essa é a estimativa. Haverá um pico de infectados no meio do mês de maio e depois vai começar a diminuir”.
O professor, disse, também, que o intuito deste levantamento é levar informações científicas à sociedade, para que assim ela possa tomar suas decisões. Ele garante que a pesquisa será atualizada a cada dez dias para analisar se a previsão será se confirmando ou não.
Contudo, ele conta que nem todas as notícias são negativas. “Fiz um comparativo com outros estados e na Bahia a situação não é das piores. Foram registrados dois óbitos em um mês de pandemia e a curva de infectados está abaixo das projeções iniciais. Muito disso se deve as ações adotadas pelas autoridades, como o isolamento social e a redução do fluxo de pessoas entre os municípios”, disse.
A estudante de Economia Yasmin Oliveira, 22 anos, que participou do estudo, também comentou sobre ele. Ela falou sobre a metodologia utilizada para o levantamento e disse que foram cerca de dez dias para coletar todas as informações e análises.
Ela contou: “Despertamos o interesse em monitorar essa situação depois que o primeiro caso da doença foi confirmado em Feira de Santana. Começamos a pesquisar, ver o que estava sendo feito lá fora para possivelmente replicar aqui. Inicialmente, elaboramos mapas usando modelos mais simples até que nos deparamos com um modelo epidemiológico que é usado para projetar o avanço de doenças no mundo todo. Estudamos as equações do modelo e aplicamos aqui”.
O estudo do professor e da estudante divide a população baiana em três categorias: o grupo de risco, os infectados e os que adoeceram e se recuperaram. O estudo garante que na Bahia a maioria dos casos acontece em idosos de 70 e 79 anos, que os infectados representam cerca de 4% do total de casos notificados e que mais de 60% deles se encontram em Salvador. A taxa de mores causada pela Covid-19 tem sido de 4,9% no mundo e 3,6% no Brasil, mas ela não foi estimada na pesquisa.