Quatro feminicídios foram registrados na última semana
Só nesse final de semana aconteceram duas mortes por feminicídio em Salvador. Uma em Dias D’Ávila, que fez de vítima Ana Cristina, e a outra em Camaçari, onde Edna Alves de Souza morreu. Ambas foram atacadas por seus ex-namorados.
Durante a semana houve mais dois casos de atentado contra a vida da mulher. O primeiro caso foi o de Rafaela Gomes de Souza que foi vítima do fisioterapeuta Alfredo Victor de Oliveira Mattos, mandante do sequestro e homicídio de Rafaela. O corpo da mulher foi achado no lixão após alguns dias de busca. O fisioterapeuta se encontra em prisão preventiva. O fato aconteceu na cidade de Lapão, no norte da Bahia. Já o segundo caso aconteceu em Cachoeira e deixou como vítima a estudante Elitânia de Souza da Hora. O principal suspeito da autoria do crime é o seu ex-namorado José Alexandre Passos Góes Silva, que segundo testemunha ocular, teria baleado a vítima quando ela chegava em casa, por volta das 22h40. José Alexandre, que é filho de um juiz aposentado, se apresentou à delegacia e foi encaminhado para um presídio regional de Feira de Santana.
Vale ressaltar que as 15 delegacias de proteção a mulher que funcionam na Bahia registraram, entre janeiro a agosto 18.253 boletins de ocorrência e 7.662 inquéritos instaurados.
A desembargadora Nágila Brito, que é coordenadora da mulher em situação de violência doméstica do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em entrevista à TV Bahia, comentou sobre a eficiência da medida protetiva, já que alguns desses casos, assim como muitos outros, a medida já se fazia presente porém o resultado final foi trágico. Questionada sobre a falta de eficiência das medidas protetivas, Nágila ressaltou que a medida precisa ser seguida de fiscalização na sua aplicação e, para isso, precisa contar com o apoio de toda a rede protetiva, que vai de rondas policiais até a justiça. Mesmo admitindo que há falhas no sistema, a desembargadora acredita que a medida protetiva é de suma importância, assim como as denúncias, que podem ser feitas não apenas pela vítima, mas também por amigos, conhecidos, familiares ou anônimos. Ela finaliza dizendo: “A rede de proteção tem que ser fortalecida, precisamos dos defensores públicos para atuar junto à vítima, pra se ter segurança para denunciar”.
Matérias Relacionadas:
Após surto, PM de Dias D’Ávila mata ex-namorada
Mulher é morta em Camaçari pelo ex-namorado
Polícia Civil prende suspeito de matar universitária em Cachoeira
Fisioterapeuta é suspeito de contratar homem para matar amante