Artigo do Padre Alfredo Dorea vai ao ar toda quarta-feira no Portal PNotícias
Ter vivido um processo pandêmico marcará consideravelmente as nossas vidas. Em todos os segmentos sociais o isolamento foi uma estratégia de sobrevivência, mas as pessoas têm dificuldade orgânica, psíquica e social de viver isoladas. Somos seres de companhia, de diálogo, de troca, de cooperação. Contraditório, não?! Isolamos para sobreviver e em graus diferentes, precisamos nos reaproximar em nome da saúde mental.
O isolamento - mal necessário - foi demasiadamente danoso para as crianças e adolescentes em idade escolar. As escolas fechadas provocaram um esquecimento de como é conviver; daí o porquê de tanta manifestação de “rebeldia”, agressividade e indisciplina no retorno dos estudantes ao contexto educacional formal.
Sem entrar nos temas das aprendizagens formais, como a alfabetização, o conhecimento matemático ou a geografia, o prejuízo dos conteúdos demandará alguns anos ou décadas para serem revertidos. Com a ausência das escolas, o prejuízo foi devastador. Tal um país que se recupera da guerra, urge correr para recompor aprendizagens.
Se na escola a tarefa da reconstrução é difícil fora dela seria “quase” impossível.
O medo da morte, a fragilidade econômica, em alguns casos o equívoco do medo de vacinar as crianças, continuam provocando o abandono escolar. A UNICEF aponta para 5 milhões de estudantes ausentes das escolas hoje no Brasil.
Precisamos resgatá-los!Busca ativa não é uma opção. É imperiosa urgência.
Em vista de contribuir efetivamente para reverter essa situação, a Instituição Beneficente Conceição Macedo – IBCM está em campo executando o projeto “BUSCA ATIVA”, que é fruto de um edital do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente ( CMDCA), com recursos oriundos do Ministério Público do Trabalho.?A equipe interdisciplinar do projeto (coordenador, assistente social, pedagoga, psicóloga, educadora social, motorista) visita as crianças e/ou adolescentes em seus domicílios e busca entender e afrontar as razões que possam favorecer o retorno daquele público ao ensino formal.?A equipe tem realizado regularização documental, matrícula nas escolas próximas às residências, articulação com instituições de ensino, promovendo adesão das famílias em programas de geração de renda e inscrição dos adolescentes em programas de aprendizagem.?O sucesso do projeto depende do apoio fundamental dos Conselhos Tutelares, das unidades de ensino, das OSC e demais integrantes do Sistema de Garantia de Direitos de crianças e adolescentes.?Informações: 71 999416680.
Padre Alfredo Dorea (@padre.alfredo) é um anglicano amante da vida, da solidariedade e da justiça social. Com os movimentos populares, busca superar todo preconceito e discriminação. Gosta de escrever e se comunicar.
Manoel Calazans professor, pedagogo, Superintendente de Políticas para a educação básica da SEC/Bahia. Coordenador do Programa Estadual Mais Infância.
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