Vírus é derivado da cepa H1N1, que causou pandemia em 2009
Alguns pesquisadores chineres identificaram um novo tipo de vírus da gripe suína, com potencial de gerar uma pandemia, de acordo com um estudo na revista científica americana “PNAS”, publicado nesta segunda-feira (29). Essa linhagem surgiu recentemente e o vírus foi intitulado como G4 EA H1N1.
Embora tenha os porcos como hospedeiros, o vírus pode infectar humanos. Inclusive, o estudo aponta 10,4% dos trabalhadores da indústria de carne suína já foram infectados e um total de 4,4% da população em geral também parece já ter sido exposta ao vírus.
O G4 é derivado da cepa H1N1, que causou pandemia em 2009. Autores do estudo, cientistas de universidades chinesas e do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças chinês, dizem: “Ele possui todas as características essenciais de ser altamente adaptável para infectar seres humanos”.
Por se tratar de uma nova linhagem do vírus influenza, que causa a gripe, as pessoas podem ter pouca ou nenhuma imunidade a ela.
Mesmo já tendo sido passado do animal para o homem, ainda não há evidências de transmissão entre os seres humanos, o que é a maior preocupação dos cientistas. "É preocupante que a infecção humana pelo vírus G4 promova a adaptação humana e aumente o risco de pandemia", ressalta os pesquisadores, que pedem medidas urgentes para monitorar as pessoas que trabalham diretamente com porcos.
James Wood, chefe do departamento de medicina veterinária da Universidade de Cambridge, alerta: “O trabalho vem como um lembrete salutar de que corremos um risco constante de surgimento de novos patógenos de origem animal, e de que animais de criação, com os quais o homem tem maior contato, podem atuar como fontes de vírus importantes geradores de pandemias”.
O G4 pode crescer e se multiplicar nas células que revestem as vias aéreas humanas. As vacinas contra a gripe atuais não parecem proteger contra isso, porém, podem ser adaptadas para isso, se necessário.
Kin-Chow Chang, que trabalha na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, disse à BBC: "No momento estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos".