Maia disse ainda que não há elementos para abrir processo de impeachment de Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) afirmou que não se arrepende de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Em declaração dada em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (3), ele disse que tinha convicção de sua decisão. Por sua vez, diz não ver elementos para abrir processo de impeachment para o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Claro que não me arrependi, a questão do impeachment da presidente Dilma estava dado, votei a favor com muita convicção e tenho até hoje essa convicção", analisou.
Contudo, quando o assunto é Jair Bolsonaro, a situação é outra. Apesar dos mais de 50 pedidos na Câmara contra o presidente, Maia diz que não encontrou nenhum embasamento legal para abrir o processo de impeachment.
“No caso do presidente Bolsonaro, não tenho elementos para tomar uma decisão agora sobre esse assunto. Impeachment é uma coisa que devemos tomar muito cuidado, não pode ser instrumento para solução e crises. Tem que ter um embasamento para essa decisão e não encontro ainda nenhum embasamento legal”, conta.
Maia diz que não vê motivo para processo de impeachment de Bolsonaro, mesmo com a participação do presidente em ator antidemocráticos. Ele disse: “Não que não sejam questões graves, publicamente me manifestei em quase todos esses eventos que o presidente participou”.
"Acho que o presidente comete vários erros, só que tem uma parte da sociedade que apoia o presidente também, apesar de minhas divergências com ele. Não vou ser pressionado para deferir algo que acho que não há crime", afirmou.
Maia ainda comenta que este momento de pandemia não é o ideal para focar em política. “Vou continuar pautando as matérias que eu entendo, junto com os líderes, deputados e deputadas, que vão impactar na vida das pessoas”, diz.