Ex-tenente do Bope foi morto a tiros quando teria reagido à ação dos policiais
A morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, de 43 anos, baleado por policiais baianos no último domingo (9), na cidade de Esplanada, interior da Bahia, ainda é cercada de mistérios. Um deles é o paradeiro da mala do ex-integrante do Bope do Rio de Janeiro e chefe do Escritório do Crime, que foi dada como desaparecida na manhã desta quinta-feira (13), após a constatação do arrombamento do sítio onde Adriano foi localizado. As informações são do jornal Correio.
De acordo com um amigo do vereador de Esplanada, Gilson Lima (PSL), uma mala que pertencia a Adriano teria desaparecido: "Estive aqui ontem (quarta) e deixei tudo como estava após a ação da polícia. Não limpei nada. A mala estava no quarto usado por ele (Adriano) e hoje quando cheguei cedo, encontrei a porta escancarada e a mala não estava".
O amigo do também irmão do deputado estadual Alex Lima (PSB), vice-presidente da Assembleia Legislativa (Alba), contou o motivo de ter retornado ao local: “Voltei por que havia deixado a transmissão da água aberta". Ainda sobre o desaparecimento da mala, a fonte do jornal Correio afirmou: "Não sei o que queriam, pois, a princípio, ele não tinha nada de valor aqui". O imóvel apresentava sangue esparramado na sala, já seco e escuro, além de móveis revirados.
De acordo com o rapaz, ele não chegou a registrar o boletim de ocorrência porque o vereador, proprietário da casa, não havia retornado ao local até o momento: "Ele não está aqui. Ele chegou de Recife, onde estava quando tudo isso aconteceu, e foi direto para Salvador por causa de um problema de saúde na família", contou.
Adriano da Nóbrega foi um dos alvos da Operação Intocáveis, que teve sua primeira fase deflagrada em janeiro do ano passado, no Rio de Janeiro. A segunda fase da operação aconteceu no último dia 30 e levou à prisão de 33 pessoas.
O miliciano, conhecido como Capitão Adriano ou Gordinho era apontado como um dos chefes do Escritório do Crime, uma das maiores milícias do Rio de Janeiro, fundada na comunidade do Rio das Pedras, na Zona Oeste da cidade.
Ex-tenente do Bope, Adriano serviu ao batalhão entre 2000 e 2002 e foi demitido da corporação em 2014, durante uma operação contra milícias no estado.
Moradores da região onde Adriano foi morto contam que ainda estão assustados com o ocorrido: “Nós acordamos com os tiros, mas ninguém levantou. E até hoje estamos assustados. Qualquer carro estranho, todo mundo corre para dentro de casa”, disse uma senhora.