Educação

Após atrasar pagamento de professores, Unisba adia início do semestre letivo e enfrenta mobilização dos professores

12 de Fevereiro de 2020 às 16h01 - Por: Milena Ribeiro Foto: Reprodução
[Após atrasar pagamento de professores, Unisba adia início do semestre letivo e enfrenta mobilização dos professores]

Professores e sindicato farão mobilização nesta sexta-feira (14)

Os professores do Centro Social UNISBA, antiga Faculdade Social da Bahia, e do colégio ISBA, localizados em Ondina, estão com pagamento de salários, férias e 13° atrasados. Alguns profissionais estão sem receber desde dezembro de 2019. Por conta disso, os funcionários se recusaram a voltar as salas de aula depois das férias e, consequentemente, o centro universitário teve que adiar o início do ano letivo. A Justificativa da instituição foi a obra que a prefeitura está realizando na região, porém um comunicado do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (SINPRO-BA) deixou claro que o motivo foi a recusa dos professores em voltar às atividades sem a situação financeira resolvida. 

O Sindicato da categoria se pronunciou e afirmou, através de nota oficial, que está prevista uma mobilização dos professores nesta sexta-feira (14) na frente da instituição. O objetivo é pressionar a direção do Unisba e do Isba para que alguma providência seja tomada. 

Confira abaixo a nota do Sindicado: 

“O Sindicato dos Professores no Estado da Bahia - SINPRO-BA, fiel aos seus princípios e à sua razão de existência, vem trabalhando arduamente no último mês para garantir o direito mais elementar ao trabalhador, que é o de receber o seu salário.

Em janeiro deste ano, conforme sabido, notificamos o ISBA e o UNISBA em virtude do não pagamento de salários, férias e mesmo 13° salário ao corpo docente.

Dias após a notificação, nos reunimos com a direção das Instituições de Ensino para tratar da questão e reiterar a cobrança na celeridade dos pagamentos.

Vale lembrar que em dezembro de 2018 o SINPRO-BA notificou as mesmas Instituições em virtude do não pagamento da segunda parcela do 13°. Dias após, em face à ação do SINPRO-BA, os valores foram quitados.

Em ambas as situações o SINPRO-BA encontrava-se em recesso, mas não mediu esforços para cumprir com seu dever legal e moral, e assim foi feito.

No dia 3 de fevereiro de 2020, conforme chamamento enviado dias antes, fizemos, na sede do Sindicato, reunião com vários professores do ISBA e UNISBA. Desta reunião houve a definição por outras, desta vez de forma separada, entre o SINPRO-BA e os professores do Colégio e da Faculdade.

Reunimo-nos com o corpo docente do UNISBA no dia 5 de fevereiro e desta reunião chamou-se uma assembleia para o dia 7, às 18h, no próprio UNISBA.

A organização do Corpo Docente do UNISBA em torno do SINPRO-BA e o trabalho mesmo do Sindicato na condução da questão levaram ao adiamento do início do semestre letivo para 27 de fevereiro. Na assembleia do dia 7, o corpo docente do UNISBA decidiu convocar uma próxima assembleia, que ocorrerá no dia 14, cujo edital de convocação será publicado pelo SINPRO-BA no Jornal A Tarde de amanhã, para ratificar a deliberação já havida de paralisação das atividades a partir de 27 de fevereiro, não iniciando o semestre letivo caso o que é devido às professoras e professores não seja quitado até o dia 26 de fevereiro.

Ao Sindicato e ao trabalhador minimamente consciente  da sua condição de classe cabem defender seus interesses e, mais que isto, seus direitos. Aos responsáveis pelo Colégio e pela Faculdade, igualmente, cabe a defesa do que lhes interessa. É parte do jogo!

Ao SINPRO-BA importa que haja sempre mais escolas e faculdades funcionando, mais empregos sendo gerados, mais profissionais absorvidos pelos mercado de trabalho. Mas, acima disto e sobretudo, que isto se faça respeitando-se o direito dos trabalhadores.

Ao trabalhador digno deste nome, ciente do seu papel e do seu poder, cabe a união de classe, ombreado com seus pares, que não são outros senão seus colegas de labuta.

Ao Sindicato cabe a representação coletiva e o uso dos seus instrumentos e estrutura na defesa do trabalhador, do respeito e cumprimento às leis e normas coletivas, na busca incessante de que a dignidade dos que trabalham seja preservada.

O SINPRO-BA vem atuando por vocês, mesmo não sendo todos sindicalizados, mesmo que alguns sequer saibam das nossas ações ou mesmo sejam favoráveis ao Sindicato - direito que somente nas democracias é possível, e democracia é tudo o que defendemos. A estes - e a todos - cabe lembrar, porém, que os direitos que ora buscamos preservar são conquistas, não concessões ou bondades patronais; são direitos conquistados pela luta cotidiana do movimento sindical e daqueles trabalhadores que não fogem à luta, mesmo que a luta seja em nome de quem se nega a fazer parte dela, embora se beneficie dos seus resultados.

O SINPRO-BA seguirá cumprindo seu papel e espera contar com vocês.

Grande abraço e vamos à  luta, porque juntos somos mais fortes!”

Procurada, a assessoria de comunicação do Centro Universitário Unisba se posicionou em relação à situação. Negou que os salário dos professores do Isba estejam atrasados, mas admitiu que não tem feito pagamento dos profissionais do centro social em dia. Confira nota abaixo: 

"Os professores do Colégio ISBA estão com os salários em dia. E a situação dos salários dos professores do UNISBA já está sendo regularizada, conforme programação acordada entre direção e corpo docente. Lembramos que são instituições filantrópicas, sem fins lucrativos, que revertem todas as suas receitas para o pagamento de salários, impostos e a manutenção dos seus projetos sociais e educacionais, tendo como únicas fontes de recursos as mensalidades dos seus estudantes e os fundos de financiamento estudantil. Por conta disso, estão suscetíveis às intercorrências relacionadas a estas duas origens orçamentárias".

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