Trabalhadores pensam em paralisar atividades nesta quarta-feira (16)
No momento onde os profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus precisam de suporte para dar continuidade aos seus trabalhos, o PNotícias vêm recebendo inúmeras denúncias a respeito de atraso no pagamento de salário à categoria. Desta vez, o hospital de campanha da Paralela, localizado no Wet’N Wild, em Salvador, vem sendo acusado de não arcar com os compromissos de pagamento aos funcionários. Os trabalhadores pensam em paralisar atividades nesta quarta-feira (16), caso o problema não seja resolvido.
A unidade construída pela Prefeitura de Salvador para tratar de pacientes com sintomas mais graves da Covid-19 é administrada pela Associação Saúde em Movimento (ASM), principal alvo das denúncias enviadas pelos funcionários. De acordo com eles, o salário de setembro já está atrasado desde o início do mês, gerando dificuldade aos profissionais que precisam do dinheiro inclusive para chegar até o local de trabalho.
“Nada de salário até hoje. Ninguém recebeu nada, nem uma moeda. Nem transporte. O povo está vindo trabalhar a pé ou de carona. Nada de salário ainda na conta”, aponta um denunciante. “Hoje já é dia 16 e essa empresa ASM fica enganando o povo, ou a prefeitura está enganando. Um fica empurrando pro outro, um diz que repassou a verba, o outro diz que não repassou e nada de dinheiro até hoje”, continuou.
De acordo com o trabalhador, alguns funcionários já se reuniram com a proposta de realizar uma paralisação das atividades nesta quarta-feira (16): “Hoje nós vamos paralisar as atividades lá pra resolver”, afirmou.
O PNotícias entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que, através do secretário Leo Prates, negou que os repasses à ASM estejam atrasados e afirmou que está notificando a empresa para que cumpra com as suas obrigações.
“Nós contratamos uma entidade através de licitação, chamada ASM, que nos presta o serviço. Essa entidade, logicamente, contrata profissionais que não têm relação com a secretaria, mas nós, cientes da importância desses profissionais, queríamos trazer alguns esclarecimentos. Primeiro: desde a minha entrada, os contratos que são firmados pela Secretaria Municipal da Saúde, no modelo de gestão, paga uma parcela antecipada. Então não é verdade que a secretaria está em atraso, a secretaria paga antecipadamente a partir do modelo de contrato de gestão.
Segundo: toda prestação de contas aprovada, porque nós seguimos rigorosos critérios da CGU, do TCU, para que todo dinheiro do cidadão seja bem gasto. Então todas as prestações que estão aprovadas, estão pagas porque a secretaria a partir da gestão do prefeito ACM Neto tem recurso em caixa. Agora nós não seremos irresponsáveis de não seguir as determinações de CGU e TCU.
Terceiro: nós estamos notificando a entidade para que cumpra com as suas obrigações assim como a Secretaria Municipal de Saúde cumpre com as suas”, afirmou o secretário.
Matéria atualizada às 14h:
Procurada pela reportagem que buscou saber da veracidade das informações passadas na denúncia e se há previsão para pagamento do salário dos profissionais que atuam no hospital de campanha, a ASM afirmou que a associação tem trabalhado com déficit de valor que supostamente está retido pela Prefeitura de Salvador.
"A Associação Saúde em Movimento vem por meio do presente, esclarecer que as denúncias sobre atraso nos pagamentos dos funcionários do Hospital de Campanha Wet Wild – TENDA 1, são justificáveis, uma vez que, atualmente estamos trabalhando com déficit de R$ 7.093.351,14. Valor este, que encontra-se retido pela Prefeitura Municipal de Salvador, em razão da prestação de contas estar em fase de reapreciação.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos nossos funcionários, por incessantemente continuarem prestando um serviço de excelência e contamos com a compreensão de todos. Iremos seguir honrando nosso compromisso com a saúde pública de Salvador – BA e com cada um dos pacientes acolhidos no Hospital da Campanha. Esperamos que o mais breve possível o valor retido seja liberado e a situação se normalize", diz a nota.