Hordes urbanas performáticas tiveram palco gratuito nas estações do CCR metrô, na hora do retorno à casa neste 19.07.2022.
O epicentro da barbárie foi a estação Acesso Norte, onde a CCR anuncia, com frequência, uma equipe de plantão de atendimento e escuta. Ledo engano! Sem qualquer explicação, milhares de pessoas ali estiveram por quase uma hora, sem mobilidade, sem orientação, sem os devidos cuidados. Um desserviço absurdo!
Qual gado a multidão vagava, sob os urros de prepostos fardados que sequer se ouviam eles mesmo. Parados quais as escadas rolantes e elevadores da mesma estação. Multidão completamente atônita e assustadoramente desinformada! Nenhuma atenção aos mais vulneráveis. No salve-se quem puder, crianças, pessoas idosas e outras com deficiência moviam-se pelos empurrões da manada ensandecida.
À chegada de um trem, após longa e inexplicável espera, instalou-se a guerra pelo acesso aos vagões abarrotados de gente e incivilidade. Sob os olhos de uma equipe que, ante os olhos dos usuários do serviço, mostrava-se absolutamente despreparada e desequipada para administração de crise. Num país de crescentes barbáries vindas dos centros de poder, o desrespeito aos direitos dos usuários e usuárias do CCR metrô bem expressam a realidade na qual nos movemos: sem respeito, sem direitos, sem instância à qual reclamar. Terra de ninguém, onde o arbítrio se faz lei. Sem a força do direito, entregues ao direito da força.
Misericórdia !
Padre Alfredo Dorea (@padre.alfredo) é um anglicano amante da vida, da solidariedade e da justiça social. Com os movimentos populares, busca superar todo preconceito e discriminação. Gosta de escrever e se comunicar.
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